Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
PINTO, Filipe Barreiros Barbosa Alves |
Orientador(a): |
SOARES, Eliane Veras |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39066
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Resumo: |
O principal objetivo desta tese é analisar os processos estético-políticos que levaram o poeta maranhense Sousândrade (1832-1902) à exclusão do cânone literário. O foco central, portanto, está nos processos e nas dinâmicas que põem em interação e conflito a memória e o esquecimento da história literária. Todo discurso sobre o cânone é compreendido, nesta perspectiva, como uma construção móvel e fluida que, a partir das relações entre cultura, política, arte, economia etc., coloca em questão o que deve ser ou não rememorado. A hipótese mais importante é que a forma de escrita de Sousândrade carregava, em boa medida, a violência e os traumas constitutivos da história do Brasil. Essa escrita traumatizada, ferida e fragmentada entrava em choque com o modo predominante de fazer literatura daquele momento no Brasil do século XIX. Como havia a pretensão de formar uma nação pela literatura, a linguagem hegemônica era a da inteireza, a da unidade. Para melhor entender essa hipótese e investigar a questão central, valho-me de um exame da trajetória biográfica do autor - apontando suas ambiguidades e ambivalências -, de uma análise literária da sua principal obra, "O Guesa", de obras de autores consagrados (como forma de estabelecer comparações) e, por fim, de uma pesquisa sobre a crítica literária que se debruçou sobre seus escritos. Para escrever a tese, realizei um estudo bibliográficoabrangente, que perpassou diferentes áreas. Além disso, foi fundamental o método da crítica literária, tal como descrito por Antonio Candido, preocupado em perceber as relações indissociáveis entre arte e política - algo relevante para atingir o objetivo estabelecido. Ao finalizar, proponho um modo de investigar a história da literatura que esteja preocupado com o que foi esquecido, mas sem descartar as dinâmicas de memória que o levaram ao esquecimento. Isso foi feito como tentativa de escapar das limitações de dois modelos de compreensão da história da literatura: o formativo e o transformativo, representados por Antonio Candido e pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. |