Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Claudianderson Nogueira da |
Orientador(a): |
MIRANDA, Marcelo Henrique Gonçalves de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49980
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objeto a relação entre as famílias homoparentais e as escolas do Agreste Pernambucano. O estudo foi motivado pela compreensão das violações aos direitos de gays e lésbicas que o (neo)conservadorismo, neoliberalismo e fundamentalismo religioso mantêm ao defender uma concepção de família natural e universal, baseada na relação entre um homem e uma mulher heterossexuais cis, que unidos pelo casamento, procriam, coabitam e são canais para “desenvolvimento saudável” dos/as filhos/as. No entanto, a família é uma instituição que acompanha as transformações culturais, jurídicas, sociais, políticas, econômicas, entre outras, e por isso, o caráter natural e universal é ficcional. O trabalho parte das reflexões sobre gênero e sexualidade no pós-estruturalismo, entendendo que essas questões são importantes para a formulação das compreensões sobre família. Utilizamos, igualmente a teoria do reconhecimento para analisar como se dão as relações com os corpos gays e lésbicos na sociedade e, especificamente na escola, quando estes/as a compõem, como famílias, esse espaço. O principal objetivo da pesquisa é compreender como as famílias homoparentais são reconhecidas e integradas nas escolas do Agreste Pernambucano. Em meio a um cenário de retrocessos, em constantes combates à “suposta ideologia de gênero”, incentivada pelo pânico moral, essa reflexão é importante para questionar as concepções de família que estão presentes no contexto escolar, perceber a existência das famílias homoparentais na escola e proporcionar esquemas de reconhecibilidade subversivos que possibilitem seu reconhecimento. Debruçamo-nos, igualmente, sobre estudos no âmbito da educação para discutir as formas de promover esses esquemas a partir dos mecanismos de democratização da escola, que reforçam o caráter plural e democrático dela. O estudo traz as vozes, os olhares e as experiências de pais gays e mães lésbicas, membros de famílias homoparentais localizadas em três municípios do Agreste Pernambucano e que possuem filhos/as estudando em escolas dessas localidades. Além disso, trazemos as perspectivas das gestoras e análise dos Projetos Políticos Pedagógicos, para conhecermos os olhares das escolas sobre essas famílias e os trabalhos que desenvolvem para promover seu reconhecimento e integração. Para o desenvolvimento desse estudo, utilizamos como recursos metodológicos: a estratégia da triangulação, as entrevistas semiestruturadas, as conversas, a pesquisa documental e a análise de conteúdo. A pesquisa nos mostrou que as famílias homoparentais são marcadas por uma ambivalência no seu reconhecimento nas escolas do Agreste Pernambucano. São reconhecidas para o cumprimento das responsabilidades que lhes são atribuídas, mas não reconhecidas quando se trata da mesma visibilidade que outras famílias possuem, de modo especial, a tradicional. Quanto à integração das famílias homoparentais nas propostas e atividades pedagógicas, a pesquisa nos mostrou que elas participam das atividades, mas, não são integradas e representadas nelas. Assim, percebemos que as escolas do Agreste pernambucano, quando se trata da relação com as famílias, ainda pautam suas concepções e trabalhos a partir do modelo de família tradicional. |