As ruínas circulares de Amilcar Bettega Barbosa e de Murilo Rubião
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33677 |
Resumo: | Este trabalho consiste na investigação da figura plana do círculo (e de tudo que lhe é afim) nas obras Os lados do círculo, de Amilcar Bettega Barbosa, e O ex-mágico, de Murilo Rubião. Para isso, tomando-se a literatura comparada como método e como abordagem, recorre-se a diversas áreas de conhecimento, a saber: geografia, filosofia, física, matemática, química, teoria da literatura, entre outras. Então, organizou-se o estudo nos seguintes capítulos: 1) Breve história do círculo como artefato literário (dedicado a um reduzido mapeamento da trajetória do círculo na literatura ocidental, partindo de significações positivas atribuídas pelos gregos antigos até desaguar em acepções negativas oriundas dos textos fantásticos de autores do século XX); 2) Territórios da ficção circular (cujo foco se pauta na apreciação dos espaços e dos deslocamentos circulares presentes nos contos dos escritores examinados); 3) Em busca do tempo circular perdido ou tempo circular e narrativa (capítulo que se funda na análise do tempo nos textos, dado que, muitas vezes, esta instância se afasta de uma concepção linear para se aproximar de uma noção circular); 4) Todos os círculos o círculo (voltado à análise das menções ao círculo nas narrativas e a tudo que alude, seja direta ou indiretamente, a essa figura); e 5) Um relatório de epígrafes e de círculos para uma academia (destinado ao exame da influência recíproca entre as epígrafes e as narrativas e/ou divisões dos livros, relação essa que proporciona um jogo circular infinito). Diante disso, cumpre destacar as imprescindíveis contribuições de alguns autores, como Albert Camus; Carlo Rovelli; Edward Kasner e James Newman; Georg Lukács; Jacques Fux; Jean Chevalier e Alain Gheerbrant; Jorge Luis Borges; e Jorge Schwartz. Como resultado, atesta-se que os autores ora estudados revelam ao leitor a circularidade das experiências contemporâneas e, nessa esteira, mostram como o mundo não deveria ser, lançando luz sobre as mazelas que, cada vez mais, assombram a humanidade: a sensação de cárcere, de repetição infinita do mesmo, de ausência de saída. Assim, cada escritor segue uma rota própria: Murilo Rubião se aproveita do círculo de modo mais sugestivo, abrindo fendas para que o leitor contribua no efeito da circularidade, ao passo que Amilcar Bettega Barbosa utiliza essa figura geométrica de forma mais pungente, promovendo o questionamento da ciência através da arte. |