Quiropterofauna (Mammalia: Chiroptera) no Parque Estadual de Dois Irmãos: estrutura da comunidade e interações com a população humana do entorno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SOUZA, Albérico Queiroz Salgueiro de
Orientador(a): SANTOS, André Maurício Melo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude Humana e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17725
Resumo: Os morcegos ocupam diversos níveis tróficos e em diferentes regiões tropicais podem representar cerca de 50% da mastofauna. Como consequências da perda de seus habitats naturais estão se deslocando para as cidades e interagindo negativamente com os humanos e como resultado sofrem uma perseguição indiscriminada. Neste trabalho, objetivamos caracterizar a comunidade de quirópteros, avaliando a riqueza, abundância e diversidade de um fragmento urbano de Mata Atlântica de Pernambuco, o Parque Estadual de Dois Irmãos (PEDI), bem como identificar a percepção dos moradores e as interações existentes entre humanos e morcegos na comunidade “Estrada dos Macacos” situada entre as áreas que compõem o parque. Os morcegos foram coletados através de redes de neblina em parcelas do módulo do Programa de Pesquisas em Biodiversidade localizado no PEDI e as capturas ocorreram durante os meses de outubro/2014, janeiro, abril e julho de 2015. A identificação da percepção e interações entre humanos e morcegos foi realizada através da aplicação de questionários semiestruturados entre janeiro e setembro de 2015. Foram capturados 912 indivíduos de 23 espécies, sendo três novas ocorrências para o parque e uma delas para Pernambuco. A família Phyllostomidae foi a mais abundante com 99,56% espécimes. Artibeus planirostris, Carollia perspicillata, Phyllostomus discolor e Artibeus lituratus foram as espécies mais abundantes e juntas somaram 779 capturas. A riqueza obtida representa 12,9% da quiropterofauna brasileira. A quiropterofauna revelou-se com um padrão comum para comunidades de morcegos na região neotropical e os resultados obtidos reforçam a ideia da importância do Parque para conservação desse grupo. Foram entrevistadas 210 pessoas e segundo esses, os morcegos são vistos frequentemente na comunidade e alvo de reclamações pelos moradores, principalmente relacionados ao adentramento nas casas e a sujeira deixada pelos animais. Os moradores desconhecem informações sobre a biologia e importância dos morcegos e associam os quirópteros a mitos e outros animais considerados pragas. A interação observada com humanos pode ser decorrente da aproximação com o Parque, isso somado ao preconceito e desconhecimento, faz com que os morcegos sejam perseguidos indiscriminadamente, havendo necessidade de esclarecimentos junto à comunidade buscando evitar maiores danos às populações desses animais.