Atrasos de aquisição da linguagem:algumas considerações sobre o processo de espelhamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: SANTOS, Andrea Almeida de Sirqueira dos
Orientador(a): CARVALHO, Glória Maria Monteiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8008
Resumo: Esta pesquisa tomou o espelhamento como lugar e ponto de partida para uma reflexão teórica sobre a questão do percurso lingüístico de crianças diagnosticadas com atraso na aquisição da linguagem. Adotou-se como base teórica o Interacionismo de De Lemos que concebe a trajetória lingüística como um processo de mudança de posição da criança numa estrutura na qual comparecem três pólos: a fala do outro, a língua e o sujeito falante. Essa trajetória é compreendida como o próprio processo de subjetivação do indivíduo e o conceito de espelhamento é tomado com central para a constituição do sujeito como falante e, portanto, para sua constituição de sujeito do inconsciente (do desejo). Também foi tomada, para compreensão do processo acima referido, a teoria lacaniana de constituição do sujeito, que tem como seu axioma central: o inconsciente é estruturado como linguagem. O presente estudo teve, portanto, como objetivo investigar como o espelhamento que marca a relação mãe-criança no momento inicial da constituição da criança enquanto sujeito de linguagem estaria acontecendo na relação entre a criança com atraso de linguagem e seu terapeuta. Para tanto, o trabalho foi realizado com uma criança diagnosticada com atraso na aquisição da linguagem, que não apresentava qualquer disfunção neurológica ou biológica ou do aparelho fonador e que estivesse em processo de terapia fonoaudiológica. As produções orais da criança, durante as sessões de terapia, foram gravadas com a permissão de seus responsáveis, da instituição e do terapeuta. Estas gravações de áudio foram posteriormente transcritas e analisadas. Através das produções verbais da criança, destacou-se um modo muito singular e heterogêneo de espelhar a fala de seu interlocutor como uma marca única da relação da criança com a língua. Observou-se, ainda, dificuldades na fala da criança, indicando um obstáculo na sua relação com a linguagem e, portanto, na sua constituição enquanto sujeito falante. Finalmente, foram levantadas questões sobre a importância de se compreender o processo de espelhamento de uma criança com atraso na aquisição da linguagem e suas falas sintomáticas como algo singular, não-generalizado e que muito revela sobre o sujeito