Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Rozental de Brito Lemos, Eva |
Orientador(a): |
Maria Monteiro de Carvalho, Glória |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8780
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Resumo: |
O presente trabalho se propôs a levantar questões sobre a relação da criança - no decorrer do seu percurso de infans a sujeito falante - com um intérprete específico, o professor. Foi tomado como fundamento, sobretudo, o marco teórico da proposta estrutural sóciointeracionista de De Lemos, segundo a qual, nos momentos iniciais da aquisição da linguagem, predomina um movimento de espelhamento recíproco entre a fala fragmentada da criança e os enunciados do outro (a mãe) nos quais essa fala ganha sentido e delimitação. Assumiu-se, então, que um melhor entendimento sobre a questão do papel do professor, em sua relação com as produções verbais infantis, poderia fornecer alguns elementos para a questão geral do papel do outro/intérprete que espelha a fala da criança, na trajetória lingüística do sujeito. Nessa perspectiva, pretendeu-se também abordar situações de atividade conjunta na ausência do professor, ou seja, aqueles momentos, em que as crianças verbalizam enquanto brincam, lancham, vêem revistas, na escola, sem a presença de um interlocutor adulto. Tal abordagem teve, como único objetivo, fazer com que questões levantadas nessa situação, retornassem para a interlocução aluno-professor, a fim de que pudessem ser formuladas, com maior visibilidade, interrogações, de um modo geral, sobre o papel do interlocutor da criança, durante o percurso lingüístico e, mais especificamente, quando esse interlocutor fosse constituído pelo professor. Para tanto, foi realizado um estudo longitudinal, com duração de um ano. Foram utilizados registros de gravações quinzenais em áudio, numa escola, com um grupo de quatro crianças e uma professora, em duas situações: na primeira situação (A) as crianças estavam com a professora e na segunda situação (B), as mesmas crianças da situação anterior estavam em grupo sem a presença da professora. Levando-se em consideração a análise e discussão das duas situações gravadas, indicou-se que a interpretação da professora seria restritiva, por tender a amarrar os enunciados das crianças aos conteúdos do contexto discursivo constituído em torno de atividades desenvolvidas na escola. Vale notar que a referida característica de restrição ficou mais visível quando discutida em função da ausência do intérprete, em episódios que exemplificam a situação B. Por sua vez, a análise desta segunda situação não somente levantou questões no que diz respeito ao papel da interpretação do professor, como um outro específico, durante o percurso lingüístico do sujeito, mas também colocou em discussão o próprio conceito de interpretação/espelhamento. Indagou-se, então, sobre o estatuto do outro/intérprete, sugerindo uma ampliação desse conceito no sentido de abarcar situações diversas e singulares de espelhamento, durante a trajetória de aquisição da linguagem |