Abundância relativa e uso do habitat por tubarões do gênero Carcharhinus (C. falciformis, C. galapagensis e c. obscurus) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo - Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Luiza Paoliello Pacheco de
Orientador(a): HAZIN, Fábio Hissa Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25460
Resumo: Dados de captura por unidade de esforço (CPUE) aliados a telemetria acústica foram utilizados para acessar a abundância relativa, padrões de movimentação, utilização do habitat e interações inter- e intraespecíficas de tubarões do gênero Carcharhinus (C. falciformis, C. galapagensis e C. obscurus) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP). A família Carcharhinidae respondeu por 90% da captura de tubarões (Carcharhinus falciformis: 66,9%, C. galapagensis: 16,5% e C. obscurus: 6,6%). Não foi observada tendência sazonal no comportamento reprodutivo de nenhuma das espécies, tendo sido encontrados indivíduos em todas as fases de desenvolvimento, embora sua maioria seja jovem nas três espécies. A maior média de comprimento total foi 198,4 (±23,2) para C. obscurus, seguido por C. galapagensis com 171,9 (±22,6) e C. falciformis 133,0 (±22,8). Durante o período de estudo, a CPUE média de C. falciformis foi igual a 0,43, para C. galapagensis 0,11 e 0,04 para C. obscurus. Para C. falciformis a CPUE se reduziu ao longo do tempo, enquanto a das outras duas espécies apresentou um forte crescimento a partir de 2012. Oito dos quinze tubarões marcados com transmissores acústicos (3 C. galapagensis e 5 C. falciformis) foram detectados pelos receptores instalados nas proximidades (Leste e Oeste) do ASPSP. O período de dias em sequência com detecções (C. galapagensis: 20,7 ± 3, n=3; C. falciformis: 4,6 ± 3,9; n=5) e o número total de detecções (C. galapagensis: 2194 ± 1314,2; C. falciformis: 352,6 ± 265,3) foram muito maiores para C. galapagensis do que para C. falciformis. As duas espécies apresentaram diferenças significativas no número de detecções entre os períodos do dia (ANOVA, C. falciformis: F = 23,56, p < 0,01 e C. galapagensis: F = 21,34, p < 0,01) e entre os lados leste e oeste da ilha (ANOVA, F = 311451, p < 0,01), indicando clara segregação espacial. A população local de C. galapagensis, em razão do seu comportamento muito mais residente, parece ter sofrido um declínio bem mais acentuado em razão da pesca no entorno do ASPSP, no período em que a mesma era permitida, do que C. falciformis, que têm comportamento muito mais migratório e oceânico, retornando diversas vezes ao ASPSP, mas nunca permanecendo por longo período nas proximidades dos receptores. Os dados de captura e telemetria aqui apresentados evidenciam que C. galapagensis não somente está presente no ASPSP, a despeito de trabalhos anteriores terem indicado a sua extinção no local, como está se tornando cada vez mais abundante desde a suspensão da pesca de elasmobrânquios nessa área.