O pensamento da esquerda e a política de identidade: as particularidades da luta pela liberdade de orientação sexual
Ano de defesa: | 2005 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Servico Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27471 |
Resumo: | Este trabalho analisa o pensamento das esquerdas sobre as formas de opressão com o objetivo de apreender a direção social contida nas reivindicações, táticas e formas de luta dos sujeitos que atuam na defesa da liberdade de orientação sexual no Brasil, no período de 1988-2005. As fontes de pesquisa que serviram de referência foram: (a) documentos, tais como relatórios; resoluções e textos produzidos no universo dos partidos políticos e de entidades que aglutinam a militância e definem as prioridades da luta; (b) entrevistas com militantes e dirigentes das entidades que reivindicam a liberdade de orientação sexual e a identidade de gênero e (c) inúmeros contatos oriundos de oficinas com segmentos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) que facilitaram a compreensão das dificuldades, limitações e desafios políticos por eles enfrentados. O estudo leva à reflexão sobre os entraves à realização da liberdade de orientação sexual e seus resultados permitem considerar que: (a) a esquerda democrática, composta por diferentes sujeitos coletivos e tendo no PT a principal referencia partidária, formou seu pensamento, que, seguindo tendência mundial, absorveu demandas sobre o antirracismo, a igualdade nas relações sociais e patriarcais de gênero e a liberdade de orientação sexual na perspectiva de superar o economicismo da esquerda tradicional; (b) ao atuar, prioritariamente, na luta pela conquista da igualdade de oportunidades, segmentos expressivos da esquerda se submete a um projeto de conciliação de classe e altera sua intervenção e a própria filosofia política referente a um projeto político radicalmente de esquerda. Ou seja, passa a compreender as relações sociais sem considerar as mediações de classe, diluindo as diferenças entre projetos societários; (c) os sujeitos coletivos que atuam na defesa da liberdade de orientação sexual questionam o Estado de direito e mostram que os segmentos não heterossexuais enfrentam formas variadas de violência e não têm acesso aos direitos; (d) a população LGBT vivencia sua orientação sexual como expressão de identidade e opressão;(e) suas principais reivindicações referem-se à luta contra manifestações da violência, pela garantia dos direitos humanos, notadamente direitos civis, especialmente, o direito à união civil e à livre expressão da sua orientação sexual e acesso aos direitos sociais. Apesar de algumas conquistas, permanecem o tratamento desigual, o preconceito e a discriminação contra a homossexualidade porque a sociabilidade do capital incorpora diferenças, de modo mercantil, em explícita oposição à cultura política de valorização da diversidade humana e sexual e à realização da igualdade e da liberdade substantivas. |