Significados dos alimentos e de sua distribuição intrafamiliar para mulheres de trabalhadores de cana-de-açúcar do Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Silvana Anelisa Bezerra de
Orientador(a): Cerqueira, Mônica Maria Osório de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14074
Resumo: A alimentação é fundamental para a sobrevivência humana e sua prática é influenciada pela cultura dos indivíduos, refletindo o caráter social das práticas alimentares. Dentre os ambientes em que são realizadas as refeições, o familiar é um dos mais importantes. Na família, há uma prática comum de distribuir os alimentos que visa atender as necessidades biológicas dos indivíduos, entretanto é cercada por aspectos históricos, socioculturais e econômicos. As atividades domésticas, incluindo às relacionados com a alimentação, historicamente são atribuídas às mulheres. Por isso, este estudo qualitativo objetivou desvelar os significados dos alimentos e de sua distribuição intrafamiliar para mulheres de trabalhadores de cana-de-açúcar do Nordeste do Brasil. A amostra foi intencional e composta por 17 mulheres companheiras de trabalhadores das lavouras de cana-de-açúcar. As entrevistas individuais incluíram as questões norteadoras: O que à senhora entende por alimento? O que significa os alimentos para sua vida e da sua família? Como a senhora divide e distribui os alimentos na sua família? Como a senhora se sente quando distribui os alimentos entre os membros de sua família? As informações foram interpretadas à luz dos constructos teóricos: a Segurança Alimentar e Nutricional e o Direito Humano à Alimentação Adequada e as influências históricas e socioculturais na formação das práticas alimentares da família brasileira. A análise das informações geraram quatro categorias temáticas: alimento como essencial à vida; sentimentos ambíguos diante da disponibilidade de alimentos no domicílio; a disponibilidade de alimentos e as atribuições do homem e da mulher interferindo na partilha; iniquidades sociais no contexto da partilha de alimentos. A ênfase na importância da alimentação para sobrevivência reflete a priorização do seu aspecto biológico, enquanto as situações de iniquidade e discriminação na partilha de alimentos entre os membros e a distinção de alimentos de pobres e ricos se relacionam com questões históricas e culturais. Os sentimentos dicotômicos, por sua vez, estavam associados com a disponibilidade de alimentos no domicílio, refletindo a dimensão psicológica da alimentação. Estes significados se relacionam com diferentes níveis de insegurança alimentar e nutricional nesta população.