Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
ALVES, Maria Danise de Oliveira |
Orientador(a): |
ARAÚJO, Maria Elisabeth de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10670
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Resumo: |
Mamíferos e tartarugas marinhas são considerados organismos-chave para a conservação marinha, sendo fundamental o desenvolvimento de pesquisas que avaliem a distribuição e a abundância de espécies ameaçadas, como o peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus). O objetivo deste estudo foi avaliar a distribuição e a abundância da megafauna marinha no nordeste do Brasil, com ênfase em peixes-bois marinhos e seus potencias habitats de forrageio (prados de angiospermas marinhas), por meio de pesquisas aéreas e terrestres. A viabilidade das pesquisas aéreas foi testada satisfatoriamente no norte de Alagoas, devido à ótima transparência da água, com avistagem de 10 peixes-bois, 15 golfinhos (sete Sotalia guianensis) e 13 tartarugas marinhas. No entanto, foram necessários ajustes metodológicos para minimizar as limitações características de cada táxon e/ou habitat. Posteriormente, foram sobrevoados 2.590,2 km2 da costa nordeste do Brasil, entre Piauí e Alagoas, para estimar a abundância do peixe-boi marinho. Foi adotada uma abordagem bayesiana, utilizando-se dados de avistagens aéreas e registros bibliográficos. Este princípio foi idealizado devido à dificuldade de amostragem de uma população dispersa em uma grande área. O número estimado de T. m. manatus foi de 1.146 indivíduos, atestando um coeficiente de variação posterior de 29% e intervalo de probabilidade de 95%, com os extremos de 610 e 1.955 animais. No estudo de distribuição da megafauna marinha foram registrados 41 peixes-bois, 78 golfinhos (10 S. guianensis) e 286 tartarugas marinhas (família Cheloniidae). Peixes-bois e tartarugas, que compartilham o mesmo hábito alimentar e o habitat costeiro, correlacionaram-se positivamente, ao contrário de golfinhos, que tem distribuição mais longe da costa. A densidade de peixes-bois foi maior nas Áreas Marinhas Protegidas caracterizadas por extensos estuários preservados (“Barra do Rio Mamanguape” e “Delta do Rio Parnaíba”), enquanto que golfinhos e tartarugas por àquelas com formações recifais (“Costa dos Corais” e “Recifes de Corais”, respectivamente). Estes resultados mostram a importância vital de proteção e manejo adequado desses ecossistemas para garantir um futuro sustentável às populações ameaçadas pelo desenvolvimento costeiro urbano. A estimativa de abundância O mapeamento dos potenciais habitats de forrageio do peixe-boi marinho foi realizado entre a costa do Rio Grande do Norte e IV Alagoas, utilizando-se registros bibliográficos e estudos in loco para o registro de praias com ocorrência de angiospermas marinhas. A distribuição espacial dessas plantas foi correlacionada com os registros bibliográficos de ocorrência de peixes-bois (registros aéreos, de encalhes e informações de pescadores). As espécies Ruppia maritima, Halophila decipiens e Halodule wrightii foram identificadas em 53 praias, porém não apresentaram correlação positiva com os registros de ocorrência de T. m. manatus. Este resultado pode estar relacionado à redução desses potenciais habitats de forrageio ao longo da costa nordeste do Brasil e/ou ao hábito generalista de herbivoria dos peixes-bois, sendo caracterizado pelo consumo de diversos tipos de alimento ao longo de sua extensa área de vida, principalmente de macroalgas. A visão global obtida na presente pesquisa envolveu metodologias complementares e eficazes de levantamentos aéreo e terrestre, e forneceu uma caracterização dos ambientes costeiros utilizados pela megafauna marinha. Em especial, reavaliou o status populacional do peixe-boi marinho e correlacionou a distribuição desses animais com as angiospermas marinhas. Todas essas informações são inéditas e primordiais para a elaboração de planos de manejo e conservação das espécies e seus habitats. |