O estatuto da ergatividade na língua Katukina-kanamari

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTOS, Edite Consuêlo da Silva
Orientador(a): SILVA, Cláudia Roberta Tavares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35990
Resumo: O presente estudo trata da discussão do status da ergatividade e da descrição do uso de um morfema, o {-na}, na língua indígena Katukina, falada por comunidades indígenas de mesmo nome situadas no sudoeste do estado do Amazonas. As nossas questões de pesquisa são sobre o comportamento do morfema {-na} – se ele é intercambiável com o morfema {kana}, se já está afixado ao núcleo do sintagma, se pode ser suprimido da sentença – e sobre a ergatividade em Katukina – se há alterações nos resultados dos processos sintáticos e se essas possíveis alterações afetam a ergatividade nessa língua. A pesquisa pretende contribuir minimamente para a revisão do estatuto do morfema {-na} na língua Katukina e dos critérios das propriedades morfológicas e sintáticas dos sistemas de alinhamento ergativo, a partir principalmente dos estudos de Queixalós (2004, 2007, 2013) e Dos Anjos (2011). Nosso objetivo é analisar a ergatividade no Katukina morfológica e sintaticamente e descrever o status do morfema {-na} nessa língua. As técnicas de pesquisa foram a documentação direta – uso de dados coletados em pesquisa de campo – e indireta – uso de dados bibliográficos de estudos anteriores. Entre os resultados, verificamos que o morfema {-na} (i) não é intercambiável com {kana}, (ii) pode ser suprimido da sentença, embora essa não seja a forma preferencial e (iii) está afixado ao núcleo do sintagma, podendo, porém, ser separado dele pela inserção de um advérbio entre o {-na} e o núcleo. Verificamos também algumas mudanças no status morfológico da ergatividade do Katukina – a possibilidade de ausência do {-na} – e sintático – modificações nos resultados dos processos de movimento, elisão e secabilidad. Essas mudanças, porém, não mudam a classificação do Katukina como uma língua fortemente ergativa, uma vez que nos outros sete processos – ostensão, coordenação, focalização, interrogação, relativização, nominalização e correferência – os resultados permanecem inalterados.