Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
CORDEIRO, Itamar José Dias e |
Orientador(a): |
GOMES, Edvânia Tôrres Aguiar |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23438
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Resumo: |
Segundo Marx, as condições iniciais que viabilizaram o surgimento do capitalismo enquanto modo de produção estão associadas a um processo violento de cercamentos de terras comunais e expulsão dos camponeses ao qual chama de “acumulação primitiva”. O roubo dessas terras permitiu ao capitalista acumular os meios necessários para o florescimento do capitalismo enquanto modo de produção, ao mesmo tempo em que forneceu o exército industrial de reserva. Ocorre que ao contrário do que pensava Marx, esse processo não se restringe à pré-história do capitalismo. Os estudos de Rosa Luxemburgo e, posteriormente os de David Harvey, expandem o entendimento de Marx ao sugerirem que a dinâmica da acumulação capitalista necessita, sistematicamente, recorrer à tomada (geralmente violenta) dos bens alheios. É assim que surge o conceito de “acumulação por despossessão” para explicar o processo contínuo por meio do qual o capitalismo costuma se apoderar dos bens comuns como forma de sustentar sua expansão e de contornar suas crises orgânicas. Buscando defender a tese segundo a qual o turismo pode ser utilizado como um instrumento para viabilizar a acumulação por despossessão, a presente pesquisa se propõe a explicar como esse processo de acumulação por despossessão vem ocorrendo em Fernando de Noronha (PE), uma pequena ilha do nordeste brasileiro considerada como um dos destinos turísticos mais desejados do país. Os resultados indicaram que as vias para a despossessão se abrem a partir do momento em que o ilhéu se associa ou arrenda sua casa para um empresário do continente. Verificou-se também que a atuação do Estado é decisiva na dinâmica dessa espoliação e que, especificamente no caso de Fernando de Noronha, essa atuação é mediada pelo dispositivo da troca de favores entre burocratas e empresariado local. Por fim, é ressaltado que a manipulação da imagem de “paraíso” constitui um elemento fundamental na produção do espaço e na lógica da despossessão a partir do momento em que promove a legitimação da atuação dos burocratas. |