Ecologia da ascídia colonial Didemnum psammatodes (Suiter,1895) (Tunicata: Ascidiacea) na região portuária de Suape, nordeste do Brasil
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18409 |
Resumo: | Dentre os diversos organismos com alto potencial invasor, as ascídias estão entre os mais prolíficos, pois apresentam características peculiares frente a outros organismos, tais como o fato de serem filtradoras suspensívoras, terem reprodução sexuada e assexuada, hábito incrustante, podendo aderir ao casco das embarcações ou serem transportadas na água de lastro das mesmas. Em especial, ascídias coloniais do gênero Didemnum são as que possuem maior potencial de invasibilidade, apresentando todas as características supracitadas. Dentre as espécies conhecidas, Didemnum psammatodes (Sluiter, 1895) é uma espécie criptogênica no litoral brasileiro, sendo pouco seletiva quanto ao substrato em que se fixa e, por isso, apresenta grande potencial de invasão, tendo sido registrada em todos os oceanos tropicais. Neste contexto, o presente trabalho foi dividido em três capítulos que abordaram experimentalmente questões relacionadas ao recrutamento, sucessão, susceptibilidade à predação e efeito de D. psammatodes sobre a comunidade incrustante. Todos os experimentos foram realizados na região portuária de Suape, no Município do Cabo de Santo Agostinho - PE. No primeiro capítulo, para descrever a variação temporal no recrutamento de D. psammatodes, mensalmente, durante um ano, foram submersas dez placas de PVC, horizontalmente, a 1,5 metros de profundidade. Após 15 dias, as placas foram removidas e o número de recrutas por placa foi registrado. Para avaliar a importância da predação na sobrevivência de recrutas, metade das placas foram protegidas contra predadores através de gaiolas e a outra metade foi sujeita à predação, sem gaiolas de exclusão. A predação apresentou efeito sobre o recrutamento de D. psammatodes em determinados meses, tendo demonstrado picos de recrutamento em fevereiro de 2014 (período mais seco) e reduzido a partir de março, terminando em junho de 2014. No segundo capítulo, foram utilizadas 24 placas de PVC sujeitas a três diferentes tratamentos: 8 protegidas contra predação por gaiolas fechadas, 8 com gaiolas abertas, permitindo o acesso de predadores e 8 sem gaiolas. Mensalmente, ao longo de um ano, as placas foram fotografadas para avaliação do efeito da predação sobre o processo de sucessão ecológica e a dominância de D. psammatodes. Apesar de a predação ser descrita como um fator fundamental para controlar o crescimento de espécies não nativas, no presente estudo, não há evidência de que predadores limitam a ocorrência ou a dominância de D. psammatodes. Entretanto, esta variável esteve negativamente relacionada com o regime de chuvas na região. A alta dominância da ascídia D.psammatodes. Apesar de a predação ser descrita como um fator fundamental para controlar o crescimento de espécies não nativas, no presente estudo, não há evidência de que predadores limitam a ocorrência ou a dominância de D. psammatodes. Entretanto, esta variável esteve negativamente relacionada com o regime de chuvas na região. A alta dominância da ascídia D. psammatodes e da cianofícea Trichodesmium erythraeum (Ehrenberg, 1830) aparentemente inibiu o crescimento de outros organismos na comunidade, resultando sempre em uma baixa diversidade. Para testar essa hipótese, no terceiro capítulo, foi avaliada a influência de D. psammatodes sobre a comunidade incrustante, através da remoção dessa ascídia. Neste experimento foram utilizadas dez placas das quais cinco foram manipuladas por seis meses. A cada 15 dias recrutas e colônias de D. psammatodes foram removidas dessas placas, enquanto que as 5 restantes não foram manipuladas. A alta capacidade de D. psammatodes de monopolizar recursos restringe a riqueza de espécies e, por isso, placas manipuladas foram mais ricas ao longo do estudo. A riqueza de espécies das placas controle só aumentaram após o desaparecimento das colônias de D. psammatodes em consequência das chuvas. Portanto, foi possível inferir que a ascídia colonial D. psammatodes é uma espécie que recruta durante o período do verão, tem potencial para reduzir a diversidade de comunidades incrustantes, sendo pouco suscetível à predação, pode ser limitada na competição com T. erythraeum e também controlada por eventos climáticos aparentemente associados à redução da salinidade. |