Além do segredo : relações sociais, conhecimento e habilidades na produção da mágica
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Antropologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46119 |
Resumo: | Uma pesquisa que como o próprio título indica vai ALÉM DO SEGREDO, revelando as relações sociais que perpassam a mágica, especialmente no contexto brasileiro, tendo como principal guia as falas dos próprios ilusionistas. Com base na teoria antropológica da arte, de Alfred Guell, investigo o percurso de construção do ilusionismo, mostrando seus conflitos conceituais-identitários nas tensões entre a ciência e as artes performativas. Considerado como parte integrante do circo, o mágico, na verdade, não surgiu nos picadeiros, apenas encontrou ali um espaço de atuação. Refaço as trilhas do processo de formação desse ofício, e analiso as diversas configurações, as várias formas de ser dos mágicos e mágicas, identificando os padrões, os destaques e os desafios. No decorrer da pesquisa, eu me coloco alinhada aos teóricos do segmento como Juan Tamariz e Ricardo Harada, que reivindicam para o ilusionismo o lugar de arte, e defendem a autonomia da mágica como linguagem cênica. Mas verifico que para isso acontecer, ainda há muito o que ser feito. Então, assumindo minha posição no processo- como alguém que pertence e ao mesmo tempo não pertence ao campo- aprofundo o estudo nas relações do meio mágico, trazendo dezenas de entrevistas e confrontando o vasto material com os dados da minha observação participante, que precede a elaboração dessa pesquisa. ALÉM DO SEGREDO apresenta os resultados das conexões estabelecidas, debatendo a relação da mágica com o circo, o teatro e o mundo dos espetáculos, mas também se aprofundando nas relações entre os(as) ilusionistas e destes com os objetos/aparelhos, as técnicas e habilidades, a partir de teorias de autores como Tim Ingold. Por ser a única pesquisadora mulher (não mágica) do segmento no Brasil, em um universo majoritariamente masculino e ainda dominado pelo machismo, decidi incluir a tão necessária pauta de gênero nesta pesquisa sobre ilusionismo, inclusive para contribuir com a ampliação do espaço das mulheres e com a promoção de práticas anti-machistas no meio mágico. Até mesmo porque essa investigação profunda, me levou a considerar que esse é um fator fundamental para o desenvolvimento e a autonomia da arte mágica. |