Caracterização de aleloquímicos envolvidos nas interações interespecíficas entre plantas e duas espécies de diptera: Beebeomyia taccarivora Wendt & Maia sp. nov. e Aedes aegypti Linnaeus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Marcelo Felipe Rodrigues da
Orientador(a): NAVARRO, Daniela Maria do Amaral Ferraz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Quimica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29722
Resumo: O estudo dos compostos químicos como mediadores na comunicação entre os seres e denominado de Ecologia Química. Na seção 1 foi estudada a relação química entre Beebeomyia taccarivora Wendt & Maia sp. nov. (Diptera; Richardiidae) e os compostos voláteis do perfume floral de Taccarum ulei Engl. & K. Krause e Gearum brasiliense N. E. Brown (Araceae: Tribo Spathicarpeae). Com o objetivo de investigar a hipótese de que um canal químico levaria o florívoro às plantas hospedeiras, testes eletrofisiológicos e comportamentais foram realizados. (S)-2-OH-5-Me-3-hexanona e diidro-β-ionona, componentes majoritários do perfume floral de T. ulei, foram observados em inflorescências em diferentes proporções/estágios de maturação e se mostraram ativos nos testes eletrofisiológicos. Nos testes comportamentais em laboratório para ambos os sexos de B. taccarivora (0,27≤p≤1, Teste de Fisher) o headspace de inflorescências antéticas (p<0,001) e a diidro-β-ionona (p=0,0082) foram significativamente mais atrativos que o controle (Testes Binominais Exatos). Desta forma foi confirmado que B. taccarivora utilizava o perfume floral para encontrar seu sitio de oviposição. A composição do perfume floral de G. brasiliense, inédita ate então, (E)-4,8-dimetil-1,3,7-nonatrieno (43,34%) e (Z)-jasmona (42,08%) foram identificados como os majoritários, seguidos de salicitato de metila (5,46%), veratrol (3,54%), (E)-nerolidol (2,49%), Metil-2-metoxibenzoato (1,04%) e metil benzoato (0,54%). Testes eletrofisiológicos foram realizados com headspace do perfume do buque, onde praticamente vários dos compostos majoritários foram ativos. Com isso tem-se um bom indicativo que B. taccarivora pode utilizar também do perfume floral de G. brasilense para localizar suas inflorescências. Na seção 2 foi estudada a composição e atividades biológicas do óleo essencial de Piper corcovadensis (Miq.) C. DC (Piperaceae), diante do mosquito transmissor da Dengue, o Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera, Culicidae). O óleo essencial de folhas frescas de P. corcovadensis foi obtido por hidrodestilação num aparelho do tipo Clevenger em rendimento de 0,21% (m/m). Os componentes foram identificados por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) e ressonância magnética nuclear de hidrogênio e carbono, levando a 31 compostos que representam 96,61% do óleo essencial. Os principais constituintes do óleo foram 1-butil-3,4-metilenodioxibenzeno (30,62%), terpinoleno (17,44%), trans-cariofileno (6,27%), α-pineno (5,92%), δ-cadineno (4,92%) e Limoneno (4,46%). O 1-butil-3,4-metilenodioxibenzeno foi isolado por cromatografia em camada fina e identificado por ressonância magnética nuclear (RMN) de hidrogênio e carbono. Os bioensaios contra as larvas do A. aegypti revelaram que o óleo essencial (CL₅₀= 30,52 ppm), o terpinoleno (CL₅₀= 31,16 ppm) e o 1-butil-3,4-metilenodioxibenzeno isolado (CL₅₀= 22,1 ppm) possuíam atividades larvicidas. Além disso, o óleo essencial exibiu uma forte atividade deterrente de oviposição a 50 e 5 ppm.