Atividade biológica dos extratos organicos e do ácido divaricático purificado extraido do liquen Ramalina aspera frente linhagens de Enterococcus sp. E Staphylococcus aureus oxacilina-resistente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: CORDEIRO, Bruna Maria Pereira da Costa
Orientador(a): SILVA, Nicácio Henrique da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29934
Resumo: Os microrganismos patógenos vêm desenvolvendo resistência aos medicamentos disponíveis para o tratamento de diferentes infecções, o que tem sido uma constante preocupação entre os médicos. Por esta razão, as pesquisas em busca de novos compostos químicos com atividade antimicrobiana tem sido crescente. Neste sentido, os liquens se mostram como uma excelente fonte de compostos bioativos com diversos relatos já descritos na literatura. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a atividade antibacteriana e antiviral de extratos de Ramalina aspera; e do ácido divaricático purificado, seu composto majoritário, em sinergismo com outras drogas. O extrato etéreo, clorofórmio e acetônico foram obtidos utilizando 35 g de líquen, seco em temperatura ambiente e mantidos em dessecador. O ácido divaricático purificado (ACDP) obtido de R. aspera foi isolado a partir do extrato etéreo e identificado através de cromatografia em camada delgada, sendo sua estrutura química confirmada através de RMN H¹, RMN C¹³ e infravermelho. Os ensaios antimicrobianos foram realizados através do teste de difusão em meio sólido, utilizando os extratos orgânicos frente às bactérias Bacilus subtillis, Klebsiella pneumoniae, Salmonella enteridis, Micrococcus luteus e Staphylococcus aureus. Com o extrato etéreo e ACDP foram realizados testes deCMI com S. aureus (cepas padrão UFPEDA 01 e 10 linhagens de isolados clínicos de oxacilina- resistente/ORSA) e Enterococcus faecalis (cepas padrão UFPEDA 138 e 5 linhagens de isolados clínicos). Para os testes de sinergismo verificou-se a ação do ACDP em associação com os antibióticos oxacilina, eritromicina, levofloxacino, e clindamicina nas proporções 7:3 (v/v) e 5:5 (v/v), onde totalizou uma concentração inicial de 128 μg/mL. Em adição foi verificado também a atividade antiviral do ácido divaricático sobre os vírus Influenza H1N1 e sarampo. Os testes de difusão em meio sólido mostraram que o extrato etéreo foi o mais ativo frente às bactérias: B. subtillis (25 mm), S. aureus (17 mm), enquanto o extrato acetônico foi mais ativo para K. pneumoniae (9 mm), o extrato clorofórmico não apresentou resultados significativos. Os valores de CMI do extrato etéreo foram de 40 μg/mL(B. subtillis) e de 320μg/mL (S. aureus), enquanto que a CMI do ACDP a 32 μg/mL para os ORSA UFPEDA 728e UFPEDA 726, e uma CMI de 8 μg/mL para os Enterococcus spp. UFPEDA 854 e UFPEDA 847. Nos ensaios de atividade sinérgica, só houve sinergismo na associação do ACDP com o levofloxacino nas duas proporções para os ORSA (UFPEDA 728 e UFPEDA) 726. Para o E. faecalis (UFPEDA 138) houve sinergismo na proporção 7:3 (v/v) com o mesmo antibiótico.O ACDP apresentou forte atividade antiviral protegendo a célula 64 vezes e 32, respectivamente da infecção viral. Conclui-se que o ácido divaricático purificado é um novo modelo de fármaco natural para o tratamento de patologias causadas por vírus ebactérias.