Pressão seletiva antimicrobiana e a expressão da resistência à oxacilina em Staphylococcus aureus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Schimidt, Denise Braga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6139
Resumo: Staphylococcus aureus, apesar de naturalmente sensível aos antibióticos é conhecido por sua habilidade de adquirir resistência facilmente. A expressão da resistência pode ocorrer como consequência do uso irracional dos antibióticos, pois isso resulta na disseminação de concentrações subinibitórias (sub-MICs) nos mais variados ambientes, impondo uma pressão seletiva sobre a bactéria e favorecendo sua evolução genética, como resposta ao estresse ambiental. Por esse motivo, o estudo teve como objetivo avaliar in vitro a influência da pressão seletiva sobre a expressão da resistência aos antibióticos em S. aureus sensíveis à oxacilina, através da exposição à sub-MICs deste antibiótico. Cinco amostras isoladas de colonização nasal que apresentavam perfis genotípicos variados foram expostas a diluições seriadas de oxacilina (0,125 a 256 μg/mL) por cinco a dez dias consecutivos. A cada 24 horas, as amostras foram reexpostas ao antibiótico, usando o crescimento visível na maior concentração de oxacilina. Antes e depois da indução foi feito o teste de disco difusão, para determinar o perfil de suscetibilidade a vários antibióticos; e determinado o perfil de análise populacional, para avaliar a expressão da resistência à oxacilina. A suscetibilidade aos antibióticos não β-lactâmicos não foi alterada. Por outro lado, foram observadas mudanças na expressão da resistência à oxacilina e cefoxitina. Duas amostras (SA607 e SA786) passaram a expressar homorresistência (MIC de oxacilina igual a 256 μg/mL). Dentre elas, SA607, mecA positiva oxacilina sensível (OS-MRSA). As demais (mecA e mecC negativas) atingiram MICs de 8 μg/mL (SA177) e 32 μg/mL (SA799), e com exceção de uma (SA292), foram classificadas como heterorresistentes após indução. As alterações observadas para a amostra OS-MRSA (SA607) foram atribuídas à ativação de mecA e ao estímulo do locus bla. Com relação à SA786, a expressão da resistência foi atribuída à ativação do gene mecA, detectado por PCR após exposição à oxacilina. A hiperprodução de β-lactamase e as modificações nas PBPs nativas de S. aureus foram associadas às mudanças relacionadas às demais amostras. A simulação in vitro da pressão seletiva antimicrobiana alterou a expressão fenotípica da resistência à oxacilina. Isso reforça o impacto que o uso irracional de antibióticos tem sobre indivíduos colonizados por S. aureus e sobre a população, enfatizando que a emergência e disseminação de resistência aos antibióticos representam um processo de evolução em resposta à pressão seletiva antimicrobiana.