Prevalência de atividades avançadas da vida diária em pessoas idosas brasileiras e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MAZER, Vanessa de Barros e Silva
Orientador(a): SILVA, Vanessa de Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gerontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54305
Resumo: Introdução: A saúde da pessoa idosa pode ser definida atualmente como a capacidade individual de realização das aspirações e da satisfação de suas necessidades, independentemente da idade e da presença ou não de doenças. Dentro desse contexto, a avaliação da capacidade funcional, habilidade de realizar atividades de vidas diárias, é essencial para planejamento de condutas específicas para as necessidades da pessoa idosa. As Atividades Avançadas de Vida Diária são atividades mais complexas que excedem aquelas de autocuidado, sobrevivência e solução de problemas práticos, além de expor as pessoas idosas a papéis sociais mais amplos e complexos, evidenciando os mais altos níveis de funcionalidade. Objetivo: Identificar a prevalência de AAVD em pessoas idosas brasileiras e seus fatores associados. Método: Estudo do tipo transversal de base populacional com abordagem analítica através de dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (2019). Foram incluídas apenas as pessoas idosas (60 anos ou mais de idade). A variável dependente foi composta pelas questões da pesquisa referentes à realização de AAVD, que foram agrupadas e categorizadas por meio da Análise de Classes Latentes (ACL). As variáveis independentes foram os fatores associados à realização de AAVD, sendo classificados em variáveis demográficas, socioeconômicas, clínicas, relacionadas ao estilo de vida e relacionadas à capacidade intrínseca. A análise descritiva foi realizada através de medidas de tendência central e de dispersão, ou de frequência relativa, sendo calculado o Intervalo de Confiança (IC) de 95%. Em seguida, foi analisada a presença de associação entre as variáveis independentes com a variável dependente por meio do teste de Rao-Scott e realizada análise de resíduo padronizado. As medidas de efeito dos fatores em estudo sobre a variável dependente foram calculadas por modelos simples e múltiplos de regressão logística multinomial, a partir do pressuposto da abordagem hierarquizada de Victora. Foram eleitas para análise múltipla as variáveis que obtiverem p valor < 0,25 na análise simples. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A maioria das pessoas idosas brasileiras apresenta nível baixo de participação para as AAVD. A análise hierárquica identificou que as pessoas idosas do sexo masculino, com idades entre 60 e 69 anos, de origem étnica branca, residentes nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, com níveis educacionais mais elevados, autoavaliação de saúde "muito boa", histórico de ausência de quedas nos últimos 12 meses, ausência de doenças do sistema circulatório e endócrino, consumo mensal de álcool, prática de atividade física regular, ingestão frequente de verduras ou legumes, consumo ocasional de alimentos doces industrializados, uso de óculos e independência no deslocamento, estavam mais propensos a participar das AAVD. Conclusão: Os idosos brasileiros apresentaram uma baixa participação nas AAVD e vários fatores contribuem para essa realidade. Esses resultados reforçam a influência significativa dos fatores demográficos, socioeconômicos, clínicos, ligados ao estilo de vida e à capacidade intrínseca na execução das AAVD. No âmbito mais amplo, tais descobertas podem fortalecer as políticas públicas de envelhecimento ativo e saudável.