Indicadores do ambiente obesogênico e a influência dos estilos parentais no comportamento alimentar infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: DANTAS, Rafaela Ramos
Orientador(a): SILVA, Gisélia Alves Pontes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31004
Resumo: O comportamento alimentar é moldado na primeira infância pelo ambiente em que as crianças estão inseridas, mas é influenciado por vários fatores ao longo da vida, entre eles o marketing de alimentos. O ambiente familiar e os pais exercem papel na formação desse comportamento. Diante disto, o objetivo deste estudo foi investigar a exposição dos indicadores do ambiente obesogênico e analisar a influência dos estilos parentais em relação a disponibilidade de alimentos do domicílio e o comportamento alimentar de crianças e adolescentes escolares. Estudo observacional, de corte transversal, realizado entre fevereiro e julho de 2017, envolvendo escolares entre 9 – 14 anos, matriculados na Escola Sonho e Realidade e Colégio Autêntico, ambas em Campina Grande – PB. A amostra foi caracterizada quanto aos indicadores do ambiente obesogênico, características sociodemogáficas, acesso à mídia. A variável de exposição foram os estilos parentais. A variável desfecho analisada foi a disponibilidade de alimentos no domicílio bem como o comportamento alimentar dos escolares. A avaliação dos estilos parentais foi obtida através de um instrumento respondido pelos escolares. O instrumento que avaliou o com-portamento alimentar foi respondido pelo principal cuidador, na maioria, as mães. A amostra foi composta por 272 crianças e adolescentes. Em relação ao ambiente obesogênico, 27% (74/272) dos informantes relataram que ao redor de sua residência não há espaço para recreação e lazer, e que perto de residência não é seguro para caminhar e andar de bicicleta (46,3%; 12 /272). Além disso, referiram que o trânsito nas ruas torna desagradável ou perigoso andar a pé (51,8%;141/272) e que perto de sua residência as pessoas não praticam exercício físico. Em relação ao estilo parental, a maioria das mães foram classificadas como negligentes segundo a avaliação realizada pelos filhos (40,8%;111/272), que de forma semelhante avaliaram os pais (41,2%;112/272). Quanto à exposição à mídia, a televisão foi a mais citada (93,3%;254/272), seguida pelo celular (86,8%; 236/272). Quando analisada a disponibilidade de alimentos no domicílio em relação aos estilos parentais, dentre os pais permissivos, 50% possuíam sempre ou quase sempre, alimentos ultraprocessados em casa em relação aos pais negligentes (29,5%), apresentando diferença significante (p=0,04). Em relação ao estilo parental materno, a disponibilidade de alimentos in natura foi 69,9% entre as mães autoritárias quando comparadas as mães permissivas (83,3%). Referente ao comportamento alimentar dos escolares, verificou-se que a média significantemente mais elevada na subescala “sobre-ingestão emocional” foram de filhos de mães permissivas (média = 7,3) em relação as mães negligentes (média = 5,3) (p = 0,01). Constatou-se que as maiores médias foram de pais permissivos, exceto as subescalas “resposta á comida” e “ingestão lenta”. Concluímos que há indicadores de ambiente obesogênico no entorno das residências e disponibilidade de alimentos não saudáveis nos domicílios estudados. O acesso a TV e celulares predominou entre as mídias acessadas. A percepção dos filhos aponta para um número significativo de pais e mães negligentes. No entanto não foi possível demonstrar associação entre os estilos parentais e comportamento alimentar dos filhos. O que sugere que outros fatores possam ter uma maior influência na determinação desse comportamento.