Geodiversidade e paisagens submersas de uma plataforma continental tropical no nordeste do Brasil
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18643 |
Resumo: | A geodiversidade de uma plataforma continental se refere à heterogeneidade de feições geológicas e geomorfológicas e determinam a ocorrência de paisagens submersas e hábitats bentônicos específicos. Muitas vezes, aspectos abióticos do assoalho marinho são usados como indicadores substitutos de hábitats bentônicos e subsidiam iniciativas em prol de sua conservação e manejo. No sentido de investigar a geodiversidade e as paisagens submersas da Plataforma Continental Sul de Pernambuco (PCSPE), as bacias hidrográficas costeiras e o assoalho marinho, entre as profundidades de 10 e 120 metros, foram analisadas através de técnicas de geoprocessamento, levantamentos batimétricos e videográficos. A tese buscou identificar os padrões espaciais da geodiversidade e paisagens submersas e contribuir para a conservação da biodiversidade local, em especial, àquela relacionada aos substratos consolidados. O MDE da porção emersa da área (9.085 km2) permitiu a identificação de feições topográficas, como o Planalto da Borborema e o Lineamento Pernambuco. Além disto, subsidiou a caracterização morfométrica das bacias hidrográficas, evidenciando as do Rio Una e Rio Sirinhaém, como as maiores e mais importantes. No tocante à porção submersa da área, a compilação de 559.365 pontos batimétricos permitiu a geração de um MDE (971 km2), revelando a presença marcante de três canais submersos e de degraus nas faixas de profundidade de 16-20, 20-23, 25-30, 35-40 e 50-55 m. 287 seções transversais realizadas no MDE permitiram identificar e descrever setores topograficamente distintos ao longo dos canais submersos. Tal heterogeneidade provavelmente está relacionada com períodos de estabilização, durante as oscilações do nível do mar. 64 amostras de sedimentos com teores de cascalho, areia, silte e argila, 49 amostras com teores de carbonato de cálcio, bem como a localização de 29 fundos consolidados registrados em sonogramas permitiram a caracterização da cobertura sedimentar da PCSPE. A mesma, mostrou-se predominantemente carbonática, com maiores contribuições de areias e cascalhos biogênicos, demonstrando a importância dos organismos secretores de carbonato de cálcio, bem adaptados a águas rasas, quentes e iluminadas. A integração de dados de topografia e de variações eustáticas do nível do mar possibilitou a proposição de um modelo paleogeográfico para a plataforma continental leste brasileira, que apresentou potencial para a ocorrência de pelo menos 15 canais submersos, entre os estados da PB, PE e AL, diante das características morfométricas entre as bacias hidrográficas, influenciadas pelo Planalto da Borborema. A análise da distribuição de declividade na PCSPE demonstrou que a área é predominantemente plana, salvo junto às topografias acidentadas dos canais submersos e da borda da plataforma, e pontualmente na plataforma continental interna. Através da análise de 03 vídeo-transectos, em dois setores distintos do Canal da Zieta, foi evidenciada a vocação da declividade, como indicador substituto de substratos consolidados. Aparentemente, os relevos ondulados da PCSPE indicam a ocorrência de paisagens submersas dominadas por este tipo de substrato. Um número maior e diverso de vídeo-transectos, bem como a integração com dados biológicos, são altamente recomendados, para que, através de análises mais robustas, a relação da declividade do terreno, como indicador substituto de ambientes recifais, seja consolidada. A localização restrita dos relevos acidentados forneceu uma visão da provável reduzida distribuição desses ambientes, podendo contribuir para o desenho mais adequado de Áreas Marinhas Protegidas. O potencial de ocorrência de canais submersos na plataforma continental leste brasileira sugere a replicação dos esforços aqui reunidos. Com dezenas de quilômetros de extensão, profundidades de até 40 metros, e aparentemente, concentrando biodiversidade, os canais submersos devem ser considerados importantes feições topográficas da região, não apenas por suas dimensões, mas também por sua importância ambiental e socioeconômica. |