Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
MOREIRA, Leyllane Rafael |
Orientador(a): |
LORENA, Virginia Maria Barros de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52971
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Resumo: |
O tecido adiposo (AT) um órgão endócrino que exerce um papel crucial na homeostase energética, estando associado à resposta imunológica e descrito como potencial reservatório de infecção de vírus, bactérias e parasitas. Dentre eles, o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, que ainda persiste como um desafio para a saúde pública. No Brasil, o tratamento da doença é realizado através do Benzonidazol (BZ). Entretanto, sua eficácia pode variar de acordo com a fase da doença, idade, origem geográfica, background imunológico do hospedeiro e sensibilidade das cepas à droga. Portanto, uma vez que o T. cruzi utiliza o AT como reservatório, o AT pode funcionar como barreira para a ação do BZ. Diante disso, avaliamos a imunomodulação provocada pela infecção do T. cruzi em AT sob tratamento com BZ. Para isso, utilizamos células-tronco derivadas do tecido adiposo (ADSC) humano que foram diferenciadas em adipócitos. O AT foi infectado pelo T. cruzi (T) e submetido ao tratamento com BZ. Após incubação, o sobrenadante de cultura foi coletado para dosagem das citocinas, quimiocinas e adipocinas e o AT infectado quantificado para carga parasitária. Verificamos elevada carga parasitária no AT infectado, no entanto no grupo tratado a carga parasitária diminuiu. Elevada produção de IL-6 nas condições de cultivo onde as células foram infectadas, no entanto quando as células foram tratadas com BZ ocorreu diminuição da citocina. Além disso, verificamos elevação de IP-10/CXCL10, MCP-1/CCL2, RANTES/CCL5 e de leptina nas condições de cultivo infectadas pelo T. cruzi. No modelo de cultivo indireto que avaliou a imunomodulação no microambiente do AT humano infectado pelo T. cruzi com células mononucleares de sangue periférico (PBMC) e tratamento com BZ, observamos elevada carga parasitária após a infecção, entretanto para PBMC+AT+T+BZ, ocorreu diminuição quando comparada à PBMC+AT+T. Observamos níveis mais elevados de IL-2 e IL-6, na condição PBMC+AT, quando comparada à PBMC. Em contrapartida, verificamos diminuição da produção de TNF e IL-8 nas condições de cultivo em que há a presença do AT (PBMC+AT) quando comparado à PBMC. Também observamos que ocorreu elevação de MCP-1 na condição PBMC+AT comparada às condições de cultivo PBMC+AT+T. Observamos ainda elevada frequência de células T CD8+CD28+ quando há presença do AT ou infecção pelo T. cruzi. No entanto, a frequência de células CD14+CD80+ diminuiu na presença do T. cruzi. Portanto, verificamos no cultivo do AT infectado que o BZ consegue reduzir a resposta inflamatória através da diminuição de IL-6 sendo favorável à multiplicação do parasito. No entanto, no cultivo indireto nossos achados indicaram que o AT promoveu regulação imune quando em contato com PBMC, provavelmente mediante expressão de receptores que podem levar à diminuição ou elevação de citocinas, quimiocinas e adipocinas. Em contrapartida, o BZ não promoveu alterações significativas durante o cultivo indireto. Portanto, no hospedeiro, em que várias células da resposta imune interagem com o AT, este tecido pode ser um refúgio seguro para o T. cruzi evadir da resposta imunológica e ainda atuar como barreira para ação da droga. |