Pithecellobium cochliocarpum (Gomez) Macbr: da teoria medicinal à investigação toxicológica e utilização terapêutica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: LIMA, Cynthia Maria Pontes de
Orientador(a): SOUZA, Ivone Antonia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3534
Resumo: A utilização de produtos naturais vem crescendo notadamente nestes últimos anos. A pesquisa farmacológica de plantas medicinais tem propiciado não só avanços importantes para a terapêutica de várias patologias, como também tem fornecido ferramentas extremamente úteis para o estudo teórico de fisiologia e farmacologia. Pithecellobium cochliocarpum (Gomez) Macbr pertencente à família Leguminosae-Mimosoideae trata-se de uma árvore de grande porte, apresentando flor esverdeada e frutos com várias sementes. Popularmente é conhecida como babatenon , barbatenon , barbatimão e barbatimam , sendo utilizada como antiulcerogênica, antiinflamatória e cicatrizante. A pesquisa proposta avaliou a atividade toxicológica, antiinflamatória e antineoplásica do extrato etanólico da casca de P. cochliocarpum. Durante a atividade antineoplásica foram avaliados aspectos histopatológicos dos seguintes órgãos: fígado, baço rins e coração, além dos tumores extirpados. O ensaio toxicológico agudo visou à avaliação dos efeitos comportamentais da administração crescente das doses do extrato. Inicialmente foram observados efeitos estimulantes e após trinta minutos efeitos depressores do Sistema Nervoso Central. A dose letal (DL50) do extrato etanólico de P. cochliocarpum estimada em 257,49 mg/kg foi considerada muito tóxica (grau 4) por via intraperitoneal. Para a atividade antiinflamatória, utilizou-se o modelo de edema de pata induzida por carragenina, na qual foram administradas doses referentes a 5, 10 e 20% da DL50 (12,87; 25,75 e 51,50 mg/kg, respectivamente), em ratos Wistar (Rattus norvegicus) machos e fêmeas. Os resultados demonstraram que não houve uma redução significativa dos volumes dos edemas nos animais machos tratados com a dose de 12,87 mg/kg do extrato bruto de P. cochliocarpum. A dose mais representativa, em machos, dos grupos tratados com o extrato foi de 25,75 mg/kg, obtendo uma redução significativa dos volumes dos edemas na quarta e sexta hora (com percentuais de inibição de 35,33 e 51,22%, respectivamente). Em fêmeas, a partir da terceira hora houve inibição do edema com as doses de 12,87 e 51,50 mg/kg. Para avaliação da atividade antineoplásica com a linhagem Sarcoma 180, células antitumorais foram implantadas em camundongos Swiss (Mus musculus) fêmeas sadias. Os animais divididos em grupos de seis, foram tratados com solução fisiológica 0,9%, metotrexato (10 mg/kg) e extrato etanólico de P. cochliocarpum nas doses de 12,87; 25,75 e 51,50 mg/kg. Os animais tratados com o extrato na dose de 51,50 mg/kg obtiveram índice de inibição significativo de 39% quando comparado com o grupo controle. Para os animais tratados com metotrexato (10 mg/kg) a inibição foi de 89,02%. Os dados histológicos revelaram a presença de vasos congestos nos rins e nos corações de todos os animais manipulados. A presença de células neoplásicas nos órgãos dos animais tratados com o extrato etanólico de P. cochliocarpum diminuiu à medida que se aumentou a dose, no entanto, a presença de infiltrado inflamatório foi intensificada. Conclui-se que o extrato bruto etanólico de Pithecellobium cochliocarpum (Gomez) Macbr apresentou toxicidade elevada. As atividades antiinflamatória e antitumoral do extrato não foram satisfatórias. Sugere-se a realização de outros protocolos experimentais e outros tipos de extração que comprovem atividades farmacológicas justificando seu emprego popular