Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Maria do Rosário da |
Orientador(a): |
SIQUEIRA, Antonio Jorge de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15493
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Resumo: |
Esta tese tem o objetivo de investigar as condições históricas que permitiram a emergência de José Francisco Borges, J. Borges, como autor de folhetos e xilogravuras na década de 1970, período em que a chamada literatura de cordel passa a ser tomada, sistematicamente, por alguns intelectuais como objeto de dissertações e teses; mas principalmente, por ser esse o momento em que o autor Borges transita entre a escrita de folhetos, a ilustração de capas e a criação de composições xilográficas independentes. Durante vinte anos, ele percorreu feiras e mercados na condição de folheteiro, vendeu e leu inúmeras histórias. No entanto, em meados da década de 1970, a produção de Borges ultrapassou as práticas da circulação ambulante para se fixar no espaço do ateliê e transitar por galerias de arte, exposições nacionais e internacionais. A prática de pesquisa da história oral, por meio da gravação, transcrição e análise crítica de testemunhos orais, folhetos, xilogravuras, antologias e textos jornalísticos constituiu o corpus documental desta tese. Esta tese encontra-se dividida em quatro capítulos. O primeiro capítulo, A literatura de folhetos e xilogravuras na composição das narrativas históricas, procurou compreender como os folhetos transitaram do campo do uso cotidiano à condição de fontes de pesquisa no campo das ciências humanas. O segundo capítulo, Escrita da vida: articular o passado, buscou estabelecer correlações entre Borges, sua produção e sua rede de relações sociais por meio da análise de publicações de cunho biográfico e autobiográfico, como de entrevistas orais e artigos publicados na imprensa brasileira. O terceiro capítulo, O mercador de histórias, privilegiou a produção, comercialização e circulação dos folhetos publicados e ilustrados por Borges nos anos 1970. Por fim, o quarto capítulo, Histórias desenhadas, abarcou a produção xilográfica exposta em suportes diversos e independentes da função de ilustrar capa de folhetos. Em linhas gerais, a pesquisa indicou que, focados no texto, os estudos sobre folhetos raramente se detiveram sobre a visualidade das capas; que para Borges contar a própria história significava transmitir experiências, recordar o tempo vivido e garantir que sua passagem pelo mundo ficaria registrada; que a estrutura dos versos, os episódios e o número de páginas dos folhetos ligam-se ao tempo de produção, às formas de leitura e aos custos materiais; ou seja, em sua materialidade, eles exibem vestígios do mundo social compartilhado pelo autor, leitores e ouvintes; e que entre a xilogravura estampada na capa dos folhetos e a xilogravura emoldurada, encontra-se uma continuidade narrativa, possível, porque remete Borges e seus expectadores ao mundo visível e experimentado. |