Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
CRESPO NETO, Osman |
Orientador(a): |
HAZIN, Fábio Hissa Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18331
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Resumo: |
O agulhão negro (Makaira nigricans) é uma espécie dentre os grandes peixes pelágicos que compõe o topo da teia trófica marinha, sendo sua preservação importante para a manutenção da dinâmica populacional desses ecossistemas. Esta espécie é uma das mais procuradas pela pesca esportiva no mundo, sendo, porém, alvo de sobrepesca devido sua captura frequente como fauna acompanhante na pesca de espinhel pelágico no oceano Atlântico. O objetivo do presente trabalho de pesquisa foi compreender os movimentos migratórios, a influência de fatores ambientais em padrões de movimento e utilização de habitat pelos agulhões-negro no oceano Atlântico Sul e como essa espécie interage com o aparelho de pesca. Para o levantamento de dados sobre a utilização de habitat foram utilizadas marcas PSATs (pop-up satellite archival tags) para monitorar o comportamento do animal registrando um fluxo quase contínuo de parâmetros ambientais especificados (temperatura, pressão [profundidade] e luminosidade), onde os dados são arquivados e transmitem a informação via satélite após se desconectarem do animal. Além disso, foram também analisadas as profundidades de atuação dos anzóis do espinhel na pesca comercial de atuns e afins no Atlântico Sul, para melhor compreender quanto o esforço de pesca atualmente empregado se sobrepõe ao habitat utilizado pelos agulhões. O deslocamento horizontal durante o período de marcação variou de 374 a 1.838 km. Os resultados mostraram que os indivíduos maiores (>195 cm), considerados adultos, apresentaram deslocamentos direcionais segundo a estatística circular aplicada, enquanto que indivíduos juvenis ou menores (<195 cm) apresentaram deslocamentos considerados loopings ou sem direcionamento definido. Os dados de tempo em profundidade nos mostraram que a os indivíduos passam a maior porcentagem do tempo em águas superficiais acima dos 20m durante os períodos noturno e diurno. Os agulhões negros permaneceram a maioria do tempo dentro de uma curta faixa de temperatura, com uma média de 57% do tempo em temperaturas entre 26º e 28ºC. Os resultados quanto a sobreposição de habitat à espinhéis pelágicos nos mostrou uma relação de 59% da área rastreada sobreposta às armadilhas de pesca. A média de profundidade dos anzóis registrada foi de 49 m, sendo 90% da distribuição de profundidade dos anzóis entre 3271m. Essa distribuição vertical quando sobreposta ao padrão de utilização vertical do habitat pelos agulhões, revelou uma sobreposição que varia entre 11% e 35% durante o período diurno e 21% e 34% durante a noite. Os resultados obtidos na presente pesquisa são relevantes para uma melhor compreensão da biologia e ecologia dos agulhões negros no oceano Atlântico Sul, compondo um importante conhecimento sobre o comportamento da espécie e auxiliando para tomada de decisões e medidas de manejo e conservação da espécie a nível internacional. |