Músicos intelectuais : música e sociedade no Recife (1918-1937)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: COSTA, Douglas José Gonçalves
Orientador(a): TEIXEIRA, Flávio Weinstein
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38844
Resumo: A mudança de uma arte artesanal para uma arte de artista implicou várias mudanças na profissão do músico e nas concepções sobre música. A crescente modernização da sociedade alterou vários aspectos das relações sociais. Uma delas foi a crescente autonomização das esferas culturais. Esse trabalho propõe-se a investigar a relação entre a formação de um campo musical, o modernismo e as representações sobre a identidade nacional nos debates sobre a música na cidade do Recife entre os anos 1918-1937. Essa investigação deu-se por meio da observação das trajetórias de quatro dos principais músicos de Recife e a análise de suas representações sobre música e sociedade na imprensa. Da análise dos objetivos e estrutura de funcionamento das instituições musicais de Recife. E, por fim, do debate dos sentidos e relações entre as categorias do gosto, cultura, progresso/desenvolvimento e nação brasileira. Assim, verificou-se que os músicos estudados tiveram uma formação nos moldes europeus, se beneficiaram ou sofreram com as alianças políticas, foram também intelectuais mediadores que diante das condições que enfrentaram, não puderam trabalhar apenas como concertistas e compositores. Dialogaram com outros intelectuais de outras áreas, sobretudo os modernistas e os regionalistas, e buscaram desenvolver um pensamento próprio. Através desse pensamento, justificavam a intervenção social e mobilizavam grupos de poder. Pensamento este cheio de ambiguidades que variavam de sentido conforme o grupo ou o desejo de ação. Portanto, eles buscaram com essas ações e representações, educar o público, tanto o povo e as elites, refletir sobre o papel da música na sociedade, os efeitos do capitalismo na música, a função do crítico e sobre as composições de sua época. Destarte, procuraram se reposicionar numa sociedade em vias de modernização.