Caracterização do tecido tendíneo e do tecido muscular esquelético após o uso do biopolímero extraído da cana-de-açúcar como coadjuvante no processo de cicatrização da lesão completa do tendão do calcâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: LIRA, Kamilla Dinah Santos de
Orientador(a): MORAES, Sílvia Regina Arruda de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30927
Resumo: O tendão do Calcâneo é uma estrutura resistente a altas forças de tensão. Sua ruptura é uma lesão grave e gera uma série de alterações em sua biomecânica, além de atrofia muscular, porém com tratamento ainda controverso. Nos últimos anos, o biompolímero da cana-de-açúcar tem sido estudado em diversas áreas da cirurgia experimental e apresenta entre outras características elasticidade, resistência à tração e flexibilidade. No presente estudo, buscou-se avaliar, no tecido tendíneo e no tecido muscular, o efeito do uso do filme de biopolímero da cana-de-açúcar como coadjuvante na cicatrização de uma lesão total do tendão do Calcâneo. Foram utilizados 110 ratos, albinos, da linhagem Wistar, mantidos sob condições padrão de biotério, ciclo claro/escuro invertido, água e ração ad libitum. Os animais foram distribuídos em 3 grupos: Grupo Controle (GC, n=34), sem lesão do tendão; Grupo Lesão sem Biopolímero (GLSB, n=38) - com lesão e reconstituição do tendão; Grupo Lesão + Biopolímero (GLB, n=38) - com lesão e reconstituição do tendão com o biopolímero. O Índice Funcional do Aquiles (IFA) dos animais de todos os grupos foi avaliado na semana pré-cirurgia, nos 3º, 10º, 20º e 30º dias pós-cirúrgicos. A tenotomia foi realizada nos grupos experimentais, exceto no GC, porém apenas no GLB era realizada a reconstituição da lesão com o filme de biopolímero da cana-de-açúcar, no GLSB era realizada a reconstituição sem o filme de biopolímero da cana-de-açúcar. Após a tenotomia, uma parte dos animais de cada grupo foram eutanasiados nos 3º, 10º, 20º e 30º dias pós-cirúrgicos para ser realizada a coleta do tendão do Calcâneo e encaminhamento para a análise histológica e imunohistoquímica. Trinta dias após a injúria, foram coletados os músculos Sóleo, Gastrocnêmios Medial e Lateral de animais dos três grupos para pesagem e cálculo da massa muscular relativa. Os dados foram submetidos à análise estatística, adotou-se uma margem de segurança de 95% de confiabilidade, e os valores foram expressos em média ± desvio padrão. Foi observado que os grupos lesionados (GLSB e GLB) apresentaram redução do IFA durante todo o experimento e um aumento na quantidade de tenoblastos em relação ao GC no 30º dia pós-cirúrgico. No GLB observou-se um aumento na quantidade de macrófagos até o final do experimento, alteração na expressão de algumas proteínas e presença de células inflamatórias em volta do biopolímero. Pode-se concluir que o biopolímero da cana-de-açúcar não interferiu na deambulação dos animais, que mesmo gerando uma reação inflamatória crônica no tecido tendíneo, essa reação não retardou o processo de cicatrização.