Resumo: |
Esse trabalho tem por objetivo discutir o cotidiano, os usos da justiça e a honra para as jovens pobres vítimas de crimes sexuais e seus familiares na Província de Pernambuco, entre as décadas de 1860 e 1880. Esse período, corresponde à crise do escravismo que marcou também as vivências cotidianas dos pobres livres. Para tanto, o trabalho de pesquisa documental nos processos-crimes de rapto, estupro e defloramento, nossa fonte principal, bem como outras fontes: jornais, ofícios policiais e literatura, os quais possibilitaram a investigação dos modos de vida, dos relacionamentos amorosos, dos laços familiares e dos momentos de intimidade dos segmentos populares. Destacou-se a questão do acesso à Justiça por parte da população pobre. Buscou-se, ainda, discutir os arranjos domiciliares e as relações familiares. Foi possível refletir sobre a noção de honra como um elemento de diferenciação social e como uma característica a ser passada para as gerações sucessivas como um patrimônio e poderia ser utilizada como um bem pelos descendentes. |
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