Validação de conteúdo do diagnóstico de enfermagem risco de função cardiovascular prejudicada para avaliação de mulheres privadas de liberdade

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: SILVA, Gabrielle Pessôa da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco; UFPE; Brasil; Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
• Palavras-chave em Português: Estudos de validação; Diagnóstico de enfermagem; Doenças cardiovasculares; Prisões; Educação em saúde
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35141

Os estudos de validação de diagnóstico são imprescindíveis por permitirem a legitimação dos conceitos relacionados ao diagnóstico de enfermagem com o objetivo de torná-los aplicáveis ao cotidiano profissional e favorecer uma aproximação da teoria com a prática. O objetivo deste estudo foi validar o conteúdo do diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada para avaliação de mulheres privadas de liberdade, por meio de estudo metodológico realizado em duas etapas: análise de conceito e análise de conteúdo por juízes. Na etapa de análise de conceito foi utilizado o modelo proposto por Walker e Avant, o qual recomenda uma revisão ampliada da literatura. Realizou-se revisão integrativa de literatura a partir da busca em seis bases de dados: CINAHL, Pubmed, Scopus, LILACS, Web of science e PsycINFO utilizando os termos: doenças cardiovasculares, fatores de risco, prisões, prisioneiros, mulheres, fatores de risco cardiovascular e suas respectivas traduções na língua inglesa. Foram selecionados 26 estudos na revisão integrativa e consultados adicionalmente oito livros-texto para fundamentação do conceito estudado. Como resultados, identificaram-se 18 antecedentes, dos quais apenas nove estavam presentes na estrutura da NANDA-I. Ao fim da análise conceitual, foi construído um instrumento com os seguintes itens: definição do diagnóstico de enfermagem estudado, definições conceituais e empíricas dos fatores etiológicos e uma nova proposta de classificação desses em fatores de risco, condições associadas e populações em risco. Esses itens foram submetidos à análise de conteúdo por 24 juízes, na segunda etapa do estudo. Adotou-se um Índice de Validade de Conteúdo (IVC) de 0,9, bem como foi realizado o teste de wilcoxon para adequação dos componentes avaliados. O estudo está em consonância com as recomendações da resolução CNS 466/2012. A coleta de dados com os juízes só foi realizada após parecer favorável do CEP da UFPE (nº parecer: 2.956.928). O processo de validação permitiu uma modificação na definição do “risco de função cardiovascular prejudicada”, além de alterações nos fatores etiológicos e suas definições. Os 18 fatores etiológicos foram considerados válidos estatisticamente, a saber: diabetes, dislipidemia, sedentarismo, hipertensão arterial, antecedentes pessoais e familiares de doença cardiovascular, sobrepeso, obesidade, tabagismo, alimentação não saudável, ansiedade, consumo de álcool e abuso de drogas ilícitas, síndrome metabólica, estresse, depressão, menopausa e conhecimento/compreensão insuficiente dos fatores de risco. Desses, os 15 primeiros itens tiveram mediana do IVC=1,00. O componente depressão teve mediana do IVC=0,88 (IC=0,87-1,00), a menopausa IVC=0,88 (IC=0,88-1,00) e o conhecimento/compreensão insuficiente dos fatores de risco IVC=0,88 (IC=0,87-1,00). Todavia, para esses itens o teste de wilcoxon teve valor p>0,05, o que confirma a validade desses. Foram realizadas alterações conforme sugestão dos juízes para a maioria dos componentes avaliados. Este estudo permitiu uma ampliação do conceito do risco de função cardiovascular prejudicada, bem como um incremento nos fatores etiológicos do diagnóstico de enfermagem Risco de função cardiovascular prejudicada. Percebeu-se que estes fatores podem ser modificáveis por meio de estratégias de educação em saúde realizadas por enfermeiros. Além disso, ressalta-se a possibilidade do retorno do diagnóstico de enfermagem estudado para a taxonomia da NANDA-I.