Transfobia no feminismo radical de segunda onda? Uma análise dos seus pressupostos materialistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Marcele de Morais
Orientador(a): HAMLIN, Cynthia de Carvalho Lins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Sociologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49469
Resumo: O problema de pesquisa que orientou esta dissertação surgiu a partir da observação de disputas de posicionamentos acerca da possibilidade de inclusão de mulheres trans, sendo a teoria feminista radical mobilizada como fundamento para justificar a sua exclusão. Partindo disso, meu objetivo foi compreender em que medida os pressupostos da teoria feminista radical, tanto de origem francesa quanto de origem estadunidense, fornecem sustentação para posicionamentos políticos trans-excludentes. Esse exercício exigiu uma atenção à influência do marxismo na formação dessa vertente, mais especificamente, aos “materialismos” que constituem essa tradição teórica. Tal influência pode ser ilustrada através de diferentes aspectos. Nesta dissertação, analisei três deles: o conceito de “sexo”, o de “classe sexual” e o de “patriarcado”. Essa análise permitiu perceber qual a relação entre o social e o natural que está implicada nos usos desses conceitos, consequentemente, indicando a possibilidade de posições “essencialistas” na teoria feminista radical que justificassem tais exclusões. Partindo da análise de autoras como Shulamith Firestone, Kate Millet e Christine Delphy, argumento que, embora o conceito de sexo ocasionalmente assuma um sentido reducionista em algumas das autoras trabalhadas, dificilmente o uso deste conceito autoriza posições transfóbicas.