Avaliação do processo de intumescimento da montmorilonita na intercalação e liberação do fármaco Olanzapina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Edson Alves da
Orientador(a): SOARES SOBRINHO, José Lamartine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32965
Resumo: A utilização de argilominerais na tecnologia farmacêutica está em extensa expansão, uma vez que, esses materiais podem incrementar a solubilidade, melhorar a taxa de dissolução e controlar a liberação de fármacos. No entanto, deve-se dar atenção às propriedades de intumescimento e as características anisotrópicas da montmorilonita (MMT), as quais podem influenciar o comportamento deste argilomineral em relação ao espaçamento lamelar e ao comportamento iônico em função do pH, respectivamente. Essas propriedades podem influenciar tanto na adsorção e intercalação quanto na liberação da olanzapina (OLZ), um fármaco antipsicótico utilizado no tratamento da esquizofrenia, o qual apresenta baixa solubilidade em água. Dessa forma se torna importante avaliar a influência do processo de intumescimento da MMT na adsorção e intercalação da OLZ, além de realizar ensaios de liberação em valores de pH compatíveis com as diferentes porções do TGI. Foram obtidos dois sistemas: o primeiro utilizando a MMT intumescida e OLZ (MMT INT + OLZ) e o segundo a MMT não intumescida e OLZ (MMT N INT + OLZ). O processo de intumescimento da MMT em água foi realizado durante seis horas na incubadora shaker a 150 RPM a temperatura ambiente. Para obtenção dos sistemas foi realizado um planejamento fatorial 2³ com triplicata do ponto central utilizando as seguintes variáveis: tempo, temperatura e proporção de MMT - OLZ. A OLZ foi previamente solubilizada em etanol, ao qual foi adicionado o argilomineral. Todos os experimentos foram realizados na incubadora e em triplicata. Os sistemas foram caracterizados pelas seguintes técnicas: analise elementar (AE), espectroscopia na região do infravermelho (IV), difração de raio X (DRX) e analise de potencial zeta (PZ). Os ensaios de liberação foram realizados em pH 1,2; 6,8 e 7,4 de forma simultânea em duas etapas. A analise do planejamento fatorial indicou a melhor condição em: 24 horas, 25 graus e na proporção 1:2 (MMT:OLZ). O processo de intumescimento se mostrou importante na obtenção dos sistemas, havendo 18,83 % a mais de OLZ na MMT INT em relação à MMT N INT. Os espectros de IV indicam a presença e a interação da OLZ na MMT, o DRX evidencia o descolamento do pico na região de 7 graus, indicando a intercalação da OLZ, sendo mais pronunciado no sistema MMT INT + OLZ e o PZ mostra as alterações de cargas superficiais em ambos os sistemas confirmando que está havendo distanciamento entre as lamelas da MMT. A MMT INT + OLZ na primeira etapa liberou 76,15 % na etapa de pH 1,2, caiu para 24,5 % em pH 6,8 e finalizou com 27,88% de OLZ em pH 7,4. Na segunda etapa a liberação apresentou um pico inicial de 47,5% em pH 1,2, no pH 6,8 liberou 54,58% e finalizou em 60,68% em pH 7,4. Os resultados indicam que o processo de intumescimento contribui para intercalação da OLZ e as propriedades anisotrópicas têm influência na liberação. Desta forma, a utilização do argilomineral MMT é promissor para o desenvolvimento de sistemas de liberação modificada de fármacos de baixa solubilidade.