Estudos farmacogenéticos da resposta ao tratamento com antipsicóticos em esquizofrênicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Kohlrausch, Fabiana Barzotti
Orientador(a): Hutz, Mara Helena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13619
Resumo: A farmacogenética busca entender a base hereditária da variabilidade da resposta e dos efeitos adversos dos agentes farmacológicos entre os indivíduos. Os medicamentos antipsicóticos são utilizados em tratamentos bastante efetivos para a esquizofrenia, mas seu uso apresenta complicações por diversos fatores. Embora boa parte dos pacientes responda às terapias com antipsicóticos, 20-40% mostram resposta inadequada, e o custo de cada tentativa de medicação não-efetiva para os pacientes pode levar a semanas de permanência da doença, ocorrência de efeitos adversos potenciais e não-aderência ao tratamento. Este estudo tem como objetivo identificar genes que podem potencialmente influenciar a resposta ao tratamento com antipsicóticos em pacientes esquizofrênicos. Essa abordagem envolveu genes que determinam aspectos farmacocinéticos (enzimas metabolizadoras de fármacos: CYP2D6, CYP3A4 e CYP3A5) e farmacodinâmicos (receptores: DRD2, DRD3, DRD4, HTR2A, HTR2C e HTR1B, transportadores de neurotransmissores: SLC6A3, SLC6A4, e outros genes relacionados: COMT, MAOA, BDNF e GNB3) potencialmente envolvidos na eficácia do tratamento. No presente trabalho foram estudados 208 pacientes esquizofrênicos, sendo 135 refratários aos neurolépticos e 121 em tratamento com clozapina. Os polimorfismos investigados foram estudados por métodos baseados na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), e alguns deles seguidos por análises de alta resolução, através da plataforma Sequenom (Sequenom, Inc.), em colaboração com o laboratório de Medicina Molecular na Espanha. Os principais resultados incluem alguns inéditos, como a associação de polimorfismos nos genes GNB3 (825C>T) e COMT (Val158Met) com ocorrência de convulsão no tratamento com clozapina; a associação de polimorfismos em DRD3 (Ser9Gly) e CYP3A5 (6986A>G) com resposta aos neurolépticos típicos; e a primeira descrição detalhada de freqüências alélicas e genotípicas no gene CYP2D6 em brasileiros. Adicionalmente, polimorfismos nos genes 5HTT (HTTLPR) e GNB3 (825C>T) foram associados significativamente com resposta à clozapina. Estes resultados sugerem que variantes genéticas podem desempenhar um papel importante na efetividade do tratamento com antipsicóticos, e podem ser considerados como sugestivos do efeito de polimorfismos em genes candidatos para estudos farmacogenéticos na esquizofrenia.