Excesso de peso e síndrome metabólica em adolescentes: prevalência e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: PONTES, Luciano Meireles de
Orientador(a): AMORIM, Rosemary de Jesus Machado, LIRA, Pedro Israel Cabral de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12976
Resumo: O conhecimento sobre a prevalência do excesso de peso e seu impacto nos componentes da síndrome metabólica durante a adolescência, vem sendo explorado em estudos com o intuito de contribuir para medidas de promoção à saúde nas doenças cardiovasculares e metabólicas. Neste sentido, os objetivos desta tese foram: determinar a prevalência de má nutrição e analisar os fatores associados ao excesso de peso e a presença de componentes da síndrome metabólica em adolescentes. Numa primeira etapa foi realizado um estudo transversal de base populacional escolar formado por 734 adolescentes de 11 a 19 anos, de ambos os sexos, de 10 escolas da rede pública estadual de João Pessoa, Paraíba. O estado nutricional foi equacionado por meio do IMC/idade e expresso em escore z, conforme a World Health Organization. Os fatores de risco investigados foram: renda familiar, escolaridade e estado nutricional dos pais, número de moradores no domicílio, história familiar positiva de doenças cardiovasculares (HFPDC), e sexo, faixa etária, cor da pele, estado nutricional, atividade física, consumo de fast food, frutas/verduras, refrigerantes, uso de álcool e tabagismo dos adolescentes. Para o estudo das variáveis associadas ao excesso de peso realizou-se análise de regressão logística multivariada hierarquizada. O excesso de peso foi observado em 20,8% dos adolescentes, com distribuição semelhante entre os sexos, e o déficit ponderal de 1,6%. O excesso de peso materno (OR=2,3; IC:1,6-3,5), a HFPDC (OR=1,8; IC:1,2-2,7), a inatividade física (OR=1,8; IC:1,2-2,9) e o baixo consumo de frutas/verduras (OR=1,9; IC:1,2-3,1) estiveram associados ao excesso de peso. Na segunda etapa, a partir dos dados do estudo transversal foi realizado um estudo caso-controle que incluiu 301 adolescentes. Os adolescentes que apresentaram pelo menos um dos componentes da síndrome metabólica foram denominados casos e os controles, aqueles não expostos aos componentes. A síndrome metabólica foi definida pelo critério pediátrico da International Diabetes Federation. Os fatores de risco investigados foram: renda familiar, escolaridade e estado nutricional dos pais, número de moradores no domicílio, história familiar positiva de doenças cardiovasculares (HFPDC), e sexo, faixa etária, cor da pele, estado nutricional, atividade física, consumo de fast food, frutas/verduras, refrigerantes, uso de álcool e tabagismo dos adolescentes. Para análise das variáveis associadas realizou-se regressão logística multivariada hierarquizada. A frequência de síndrome metabólica foi 4,7%, sendo maior nos adolescentes com excesso de peso comparados aos eutróficos (10,2% vs 2,3%). Entre os componentes observou-se: 21,3% de obesidade abdominal, 12% baixo HDL-c, 10% hipertrigliceridemia, elevação de pressão arterial em 8,3% e da glicemia de jejum em 3,7%. O modelo de regressão logística indicou que o excesso de peso dos adolescentes (OR=6,6; IC:3,5-12,3), a HFPDC (OR=1,7; IC:1,02-2,9) e o excesso de peso materno (OR=1,6; IC:1,01-2,8) permaneceram associados. Conclui-se que, a prevalência de excesso de peso entre adolescentes da rede pública estadual de João Pessoa, PB, é elevada, se apresenta generalizada segundo sexo, estando associada a fatores biológicos e do estilo de vida. A presença de componentes da síndrome metabólica nos adolescentes se apresentou associada ao excesso de peso, a HFPDC e ao excesso de peso materno.