Avaliação da qualidade ambiental estuarina a partir da comunidade bentônica: aplicabilidade de indicadores termodinamicamente orientados e índices de distância taxonômica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: PAIVA, Heloína Raquel Rodrigues Leite de
Orientador(a): SANTOS, Paulo Jorge Parreira dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/26886
Resumo: Embora os estuários desempenhem benefícios ecológicos econômicos e sociais, estão submetidas a variados tipos de distúrbios ambientais de origem antrópica, levando a modificações ecossistêmicas que podem afetar negativamente a sua saúde. Compreender as consequências destas modificações sobre a biodiversidade é fundamental e, em geral, diversos índices são aplicados para avaliar a resposta da estrutura das comunidades. Usar indicadores ou índices ecológicos adequados reforça as medidas de conservação ao ambiente estuarino. O presente trabalho objetivou avaliar o desempenho de indicadores termodinamicamente orientados e de distância taxonômica em classificar a qualidade ambiental dos estuários tropicais de Pernambuco – Brasil. Foi dividido em dois capítulos: o primeiro aborda os indicadores termodinâmicos Eco-Exergia (EXtot) e Eco-Exergia específica (SpEX) usando dados das comunidades da macro- e meiofauna; o segundo aborda cinco índices de distância taxonômica (IDT), Diversidade Taxonômica, Distância Taxonômica, Média da Distância Taxonômica, Distância Taxonômica Total e Variação da Distância Taxonômica, calculados com dados da associação de Copepoda Harpacticoida. Cinco réplicas de sedimento foram feitas em 14 pontos em 12 estuários do Estado, estando, todos, sujeitos a diferentes distúrbios ambientais. As amostragens também foram realizadas para parâmetros ambientais (amostras de sedimento e água). No primeiro capítulo, os estuários foram classificados por quatro estados de desenvolvimento ecossistêmico a partir dos indicadores EXtot e SpEX. Para discriminar suas classificações, os resultados foram comparados a análises independentes da qualidade dos estuários feitas pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) e com uso do Índice Biótico Marinho (AMBI). Foram observadas maiores concordâncias entre as classificações da CPRH e do AMBI com as dos EXtot e SpEX quando calculados com dados da meiofauna do que com os dados da macrofauna. Embora em alguns casos a macrofauna e meiofauna diferissem na classificação da qualidade ecológica estuarina, tais diferenças podem estar ligadas à maneira como os parâmetros ambientais influenciaram na estrutura de cada comunidade e no aproveitamento da exergia disponível por cada compartimento bentônico. No segundo capítulo, os valores dos IDTs foram comparados com os descritores univariados de riqueza, Shannon-Wiener e Margalef, sendo os resultados de ambos correlacionados com os valores do AMBI. Os IDTs apresentaram relação significativa com os descritores univariados, e especificamente o índice Variação da Distância Taxonômica e índice de Margalef correlacionaram-se mais fortemente com o AMBI. Sendo, então, o comportamento dos IDTs similar aos dos descritores univariados, foi desmonstrado que eles não agregaram informações adicionais sobre a qualidade ambiental dos estuários. Contudo, a simplicidade da estrutura taxonômica das espécies de copépodes encontrados nos estuários pode ter influenciado neste resultado. Por fim, conclui-se que os índices termodinâmicos e de distância taxonômica podem avaliar a qualidade ambiental de estuários tropicais com base em dados da comunidade bentônica em complementaridade a outros indicadores ecológicos.