O que eu ensino quando ensino gêneros?: um estudo sobre as ressignificações do agir didático do professor de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: LIMA, Gustavo Henrique da Silva
Orientador(a): MARCUSHI, Elizabeth
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18401
Resumo: Esta tese inscreve-se num movimento recente de pesquisas em Linguística Aplicada que investigam o trabalho do professor no contexto educacional brasileiro. O objetivo foi o de investigar as ressignificações do professor de Língua Portuguesa no que concerne ao agir didático com gêneros textuais. Assumimos aqui a noção de agir didático elaborada por Silva (2013), a qual compreende a dimensão do agir docente em que ocorre o processo de decomposição do objeto de ensino, com vistas ao desenvolvimento cognitivo dos alunos. O referencial teórico é composto pelo aporte teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2006 e 2008; MACHADO e BRONCKART, 2009), numa interface com os estudos oriundos da didática das línguas (SCHNEUWLY E DOLZ, 2004 e 2009; DOLZ, GAGNON E DECÂNDIO, 2009; SCHNEUWLY, 2009) e das disciplinas do trabalho (AMIGUES, 2004; CLOT, 2007; MACHADO, 2010 e BULEA, 2010). O corpus foi constituído por duas sequências de ensino com gêneros, além de entrevistas e textos produzidos por duas professoras de Língua Portuguesa em sessões de autoconfrontação simples e cruzada. Os resultados evidenciaram que as escolhas dos gêneros a serem levados para a sala de aula seguiam critérios que consideravam não só as prescrições oficiais, mas as necessidades de ensino e as possiblidades de regulação da aprendizagem. Em relação ao trabalho com gêneros nas aulas de língua materna, identificamos a ocorrência de algumas formas de planificação do agir didático nas práticas de ensino das duas professoras. Ao retomarem e comentarem sobre o seu agir didático com gêneros, observamos que o processo de ressignificação desse agir acontecia mediante um agir-implicado das professoras, em conjunção com as situações didáticas vivenciadas nas salas de aula, o que ficou evidente pelo uso constante do discurso interativo. Também verificamos a recorrência às figuras de ação ocorrência, ação canônica e ação experiência para evocar mundos discursivos que revelavam concepções e práticas já cristalizadas no agir didático das professoras no que concerne ao trabalho com gêneros. As análises apontaram ainda para uma nova categoria de interpretação do agir.