As marcas da memória hegemônica e da memória vivida nas imagens da mulher negra nos didáticos do território campesino do Brasil e da Colômbia: um olhar através dos estudos pós-coloniais e do feminismo negro latino-americano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Camila Ferreira da
Orientador(a): SILVA, Janssen Felipe da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30982
Resumo: Apresentamos aqui os resultados da pesquisa de Mestrado desenvolvida na Linha de Formação de Professores e Prática Pedagógica - Centro de Educação - do Programa de Pósgraduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco. Traçamos como questão de pesquisa: quais as marcas da Memória Hegemônica e da Memória Vivida expressas nas imagens da Mulher Negra nos Livros Didáticos do Território Campesino do Brasil e da Colômbia? Filiamo-nos à Abordagem Teórica dos Estudos Pós-coloniais (GROSFOGUEL, 2011; MIGNOLO, 2007; QUIJANO, 2005) e ao Feminismo Negro Latino-americano (CARNEIRO, 2005a; GIACOMINI, 1988; GONZÁLEZ, 1984; RIBEIRO, 1995; WERNECK, 2010). Partimos do pressuposto de que os Livros Didáticos são textos curriculares, uma vez que este é portador de um sistema de valores que indica entre o que deve ser aceito e o que deve ser rejeitado, entre o que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido pelas/os alunas/os no decorrer da sua formação escolar (SILVA, 2011). Diante disso, adotamos a teoria curricular pós-crítica na vertente pós-colonial de currículo, focando um currículo intercultural crítico, que busca desvelar as amarras coloniais que perfazem os currículos escolares e continuam celebrando a Memória Hegemônica. Para tanto, temos como objetivo geral desta pesquisa compreender as marcas da Memória Hegemônica e da Memória Vivida expressas nas imagens da Mulher Negra nos Livros Didáticos do Território Campesino do Brasil e da Colômbia. Adotamos como procedimentos teórico-metodológicos a pesquisa documental e a Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 2011; VALA, 1990) atrelada à Antropologia Visual (CAMPOS, 1996; RIBEIRO, 2004) por meio do Pré-texto, do Texto e do Signo. Os resultados indicam que as marcas da Memória Hegemônica compreendem 89% do total de Tipologias imagéticas, a Memória Vivida 8% e a Entre Memória 3%. Esta porcentagem nos remete a uma perspectiva de Memória Hegemônica que não só se reconfigura para manter as estruturas de poder, mas ela se expande progressivamente, ocupando cada vez mais espaço e firmando as Heranças Coloniais desde as Tipologias imagéticas até a construção dos Signos sobre a Memória e o Corpo Feminino Negro que continua silenciando e subalternizando os modos de ser, de pensar e de produzir conhecimento das Mulheres Negras.