Isolamento e Identificação Taxonômica de Aeromonas sp. em Tambaquis (Colossoma macropomum) e Análise do Perfil de Lectinas Séricas Frente a um Desafio com os Isolados Endógenos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MARQUES, Diego Santa Clara
Orientador(a): COELHO, Luana Cassandra Breitenbach Barroso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16954
Resumo: O peixe amazônico tambaqui (Colossoma macropomum) é uma das espécies comerciais mais importantes da atividade piscícola no Brasil ocupando a terceira posição no “ranking” nacional. Doenças são as principais causas de perdas em piscicultura intensiva. A pressão que as técnicas de cultivo exercem sobre o organismo do peixe, torna-o suscetível a ação de patógenos. Dentre os patógenos de importância para a piscicultura destacam-se as bactérias pertencentes ao gênero Aeromonas, sendo agentes etiológicos de diversas patologias, com capacidade de gerar surtos de mortalidades em criações de peixes. O nosso grupo de pesquisa identificou iniciamente a lectina presente no soro do tambaqui (ComaSeL). Lectinas são proteínas ou glicoproteínas que se ligam especifica e reversivelmente a carboidratos. O objetivo deste trabalho foi isolar e identificar espécies de Aeromonas de tambaquis submetidos a estresse por confinamento, e avaliar o perfil de expressão da lectina presente no soro do peixe frente a desafio com espécies de Aeromonas isoladas do tambaqui. Para o isolamento de Aeromonas foram utilizados três peixes submetidos a estresse de confinamento, (permanência em tanque de 1000 L com a lâmina d’água no limiar do dorso do animal por 96 h) e três peixes utilizados como grupo controle (retirados diretamente do viveiro). O isolamento de Aeromonas foi efetuado do tecido branquial e seguiu procedimento padrão de maceração, diluição do macerado em água destilada esterilizada e semeio em meios específicos. A identificação em nível de gênero e espécie seguiu metodologia padrão de testes fisiológicos e bioquímicos. Para o desafio foram selecionadas duas cepas pertencentes a espécies reconhecidamente patógenas (A. caviae e A. bestiarum). Trinta e seis tambaquis foram divididos em três grupos: infectado 1 (desafiado com A. bestiarum), infectado 2 (desafiado com A. caviae) e o grupo controle. O desafio foi feito com a aplicação de 1 mL de uma suspensão de crescimento recente com concentração final de 1,5 x 108 UFC/mL de cada cepa em seu respectivo grupo, e de 1 mL de solução fisiológica no grupo controle. Nos tempos 0, 24, 48 e 72 h três animais de cada grupo foram sacrificados e amostras de sangue foram coletadas. A lectina foi avaliada através da atividade hemaglutinante específica. Ao total foram isoladas 72 cepas pertencentes ao gênero Aeromonas. A maior parte dos isolados (97%) foi obtida dos peixes submetidos ao estresse, confirmando que o estresse favorece a proliferação de patógenos. Houve prevalência das espécies A. bestiarum (48,6%) e A. caviae (37,5%) que são descritas como causadoras de septicemia por Aeromonas móveis. Em relação ao perfil de expressão da lectina, os tratamentos não apresentaram diferenças significativas entre si. Os tratamentos controle e infectado 1 não variaram significativamente entre os tempos. O tratamento infectado 2 apresentou aumento significativo na atividade hemaglutinante específica a partir de 48 h após a infecção. Comparando a atividade hemaglutinante em cada período para os três tratamentos, observou-se que no tratamento 1, 24 h após a infecção, houve diferença significativa na atividade hemaglutinante. Os resultados indicam que A. caviae e A. bestiarum foram capazes de estimular a expressão de lectinas no soro do tambaqui.