Gênero e distribuição de recursos partidários de campanha : uma análise da eleição para a Câmara dos Deputados (2018)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ROCHA, Carolina Martinelli
Orientador(a): PAVÃO, Nara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencia Politica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35275
Resumo: Como os partidos políticos brasileiros distribuíram os seus recursos na eleição para a Câmara dos Deputados de 2018? A presente pesquisa pretende averiguar quais os critérios adotados pelas elites partidárias para distribuir seus recursos formais (financeiros) e informais (simbólicos), em um contexto de financiamento majoritariamente público. Em especial, busca-se avaliar se as mulheres candidatas são desfavorecidas pelos líderes partidários no tocante aos recursos de campanha. De tal modo, este trabalho se insere no debate acerca da sub-representação feminina, inovando ao analisar o tema sob a ótica da distribuição desigual de recursos entre os gêneros. Foram analisados todos os 7705 candidatos a deputado federal considerados aptos pelo Tribunal Superior Eleitoral, de forma a testar a hipótese de que o gênero feminino impacta negativamente no repasse de recursos. Posteriormente, empregou-se o modelo de regressão linear multivariada, cuja variável independente foi o gênero do postulante, e a dependente, os recursos financeiros recebidos. Também se utilizou o modelo de regressão logística ordinal, em que variável explicativa também foi o gênero. Já a dependente consistiu nos recursos informais, simbolizados pela qualidade do código eleitoral atribuída ao candidato. Os resultados encontrados confirmaram a hipótese de que o gênero feminino impacta de maneira negativa e significativa o recebimento de recursos financeiros e informais de campanha. Os resultados indicam também que o principal determinante para o recebimento de recursos partidários não é o gênero do postulante, mas sim o seu capital político. Uma vez que as mulheres em geral carecem de experiência política, a qual é fundamental para o recebimento de recursos e consequente para o desempenho eleitoral, constata-que há na política do Brasil um ciclo vicioso da sub-representação feminina.