Spotify como ferramenta de construção do gosto : um estudo sobre os efeitos do consumo de conteúdos recomendados por inteligência artificial
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Ciencia da Computacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/45869 |
Resumo: | Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais comum o surgimento de plataformas, em vários setores, que trabalham com sistemas de recomendação. Visto que, do ponto de vista das plataformas, um importante propósito das recomendações é manter os usuários consumindo os conteúdos disponibilizados, utilizando inúmeras informações do comportamento dos usuários, foi observada a necessidade de entender as consequências do seu uso na dinâmica de consumo musical. Surgem então alguns questionamentos: os usuários tem conhecimento de como funcionam essas ferramentas? Quais são as opiniões deles em relação a isso? As plataformas tentam influenciar as preferências dos usuários na direção de músicas mais comerciais? A partir deste contexto, esta dissertação tem como propósito analisar os efeitos do consumo de conteúdos recomendados por inteligência artificial na sociedade. Tendo como bases teóricas o conceito de gosto (1979) do sociólogo Pierre Bourdieu, levando em consideração as críticas feitas por Goldthorpe (2007), o conceito de onívoro cultural de Richard Peterson e Albert Simkus (1992), a cauda longa de Chris Anderson (2006) e diversos outros autores pertinentes ao estudo, procura-se observar quais as consequências causadas pelo uso de plataformas que utilizam dados do perfil do usuário para recomendar conteúdos à serem consumidos, dado que o gosto não é produto apenas do livre-arbítrio, sendo também algo construído pelas condições de existência que moldam as preferências do indivíduo ao longo do tempo. Como objeto de estudo a plataforma de streaming musical Spotify foi selecionada, considerando-se seu sistema e sua popularidade no Brasil. Por meio de uma pesquisa quali-quantitativa, com a utilização de dois questionários e da construção de um grupo focal onde o histórico de uso da plataforma foi acompanhado por 5 meses, foi possível observar o consumo de conteúdo recomendado e a diversidade de gêneros são fatores que influenciam o quanto o conteúdo consumido de forma orgânica é similar àquele recomendado. Além disso, a falta de similaridade entre os conteúdos de alguns usuários podem indicar a possibilidade do conteúdo sugerido ser resultado de uma ação publicitária, tendo em vista a falta de transparência percebida através de algumas questões ao longo do trabalho. Quanto aos onívoros culturais e capital cultural, não obtiveram influências significativas nos resultados. Desta forma, a pesquisa contribui para debates sobre classes, dinâmica de consumo musical e inteligência artificial no século 21. |