Sócrates e Paulo Freire : aproximações e distanciamentos. Uma introdução ao pensamento educacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: de Oliveira Maia, Marcelo
Orientador(a): Rörh, Ferndinand
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4373
Resumo: A presente dissertação, no intuito de fornecer subsídios para uma possível influência do pensamento de Sócrates em Paulo Freire, desenvolve um estudo comparativo entre esses dois autores. Utilizaremos à metodologia da hermenêutica para analisarmos os elementos que constituem as bases filosóficas que fundamentam a prática pedagógica dos dois educadores acima mencionados, bem como, os seus instrumentários teórico-metodológicos próprios de suas atividades enquanto educadores. Estabelecido um corte na abordagem e no material de análise, a interpretação da contribuição desses pensadores se guiou por três questões básicas do pensamento pedagógico: a visão do educando e o sentido da vida humana como sendo a meta educacional, a compreensão do conhecimento e sua construção e a relação pedagógica, incluindo a metodologia em que ela se realiza. No caso de Sócrates a meta se concentra no cuidado com a própria alma, baseada numa vida virtuosa tanto na esfera privada quanto na pública. Os conhecimentos se possibilitam a partir de um reconhecimento que tem por base à própria ignorância e a relação pedagógica se realiza na maiêutica como princípio para o diálogo e a construção desses conhecimentos. Em Freire, encontramos a meta educacional no ser mais do homem no sentido de libertar-se das forças opressivas dos agentes políticos, econômicos e sociais. O conhecimento se constrói no confronto dos saberes populares dos oprimidos e das elaborações teóricas dos educadores, sendo o diálogo a forma pedagógica em que se dá essa mediação. A maior discordância que encontramos na comparação desses dois autores é que Sócrates se dirige ao individuo para ao longo do processo prepará-lo para a vida pública, ao passo que Freire aposta numa ação educativa coletiva, para gerar nos oprimidos, condições de uma vida melhor, fundamentada no respeito e na dignidade da pessoa humana. Em termos de aproximação no que diz respeito ao pensamento pedagógico de Paulo Freire e Sócrates, destacam-se os seguintes problemas: o da inconclusão da vida humana na busca infinita de sua realização como tarefa que norteia a existência de todo ser humano, o conhecimento como condição única para a liberdade dos homens, e a não imposição nem submissão entre o educador e o educando, por isso, a importância do diálogo para uma educação libertadora e igualitária. Todas esses elementos podem ser, e isso fica aberto para pesquisas futuras, indícios de uma possível influência do pensamento de Sócrates sobre Paulo Freire