Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
CARMO, Rodrigo Felipe Rodrigues do |
Orientador(a): |
VASCONCELOS, Simão Dias de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11877
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Resumo: |
Ambientes insulares funcionam como verdadeiros laboratórios à céu aberto para estudos envolvendo processos ecológicos e evolutivos, estando os primeiros responsáveis por destacar o papel dos principais fatores que predizem a diversidade da ilha. Dessa forma os estudos sobre comunidades de moscas necrófagas em ilhas com diferentes origens, graus de isolamento e ocupação humana, são indispensáveis para a compreensão mais completa da dinâmica de comunidades insulares. Moscas (Insecta, Diptera) compõem uma importante, mas subestimada porção da biodiversidade do nosso planeta, com mais de 124 mil espécies descritas. No entanto em ambientes insulares brasileiros essa diversidade é pouco conhecida. Portanto, objetivou-se de uma maneira geral caracterizar as assembleias de dípteros necrófagos em dois tipos de ambientes insulares de Pernambuco, analisando a diversidade, ocorrência de espécies invasoras e o potencial forense das espécies, bem como a importância médico sanitária de algumas espécies. Para tanto, as coletas ocorreram na Ilha de Itamaracá e na Ilha de Fernando de Noronha. Em ambas, seis pontos de coleta foram selecionados, categorizados de acordo com o grau de influência antrópica. Em cada ponto um conjunto com seis armadilhas foram instaladas, sendo três iscadas com peixe e três iscadas com fígado de frango, ambos em estágio inicial de decomposição. As coletas foram feitas em duas estações (seca e chuvosa) e as armadilhas ficaram expostas no ambiente por oito dias, sendo feitas coleta e substituição das iscas a cada 48 h. Para a caracterização das assembleias, bem como para comparação entre elas, indicadores ecológicos como riqueza, abundância, frequência relativa, dominância e constância, foram avaliados. Além de serem calculados os índices de diversidade e equitabilidade de Shannon e Pielou respectivamente. Um total de 123.012 dípteros adultos foi registrado, dos quais 94,7% são pertencentes as famílias Calliphoridae e Sarcophagidae juntas. A ilha de Fernando de Noronha foi caracterizada pela baixa riqueza das duas famílias com 4 e 3 espécies das famílias Calliphoridae e Sarcophagidae, respectivamente, no entanto uma grande abundância foi vista com cerca de 100.500 indivíduos amostrados. Itamaracá, por outro lado, foi mais rica, com um total de 20 espécies amostradas, porém com uma abundância reduzida, cerca de 11 mil indivíduos amostrados. O gênero invasor foi detectado nos dois ambientes, no entanto a composição das espécies foi diferente, com apenas Chrysomya megacephala presente nas duas ilhas, ao ponto que em Itamaracá as outras duas espécies congenéricas também foram amostradas (C. albiceps e C. putoria). Para a família Sarcophagidae as iscas a base de peixe foram mais atrativas, tanto para Fernando de Noronha (χ2 = 401,999; P < 0,0001; g.l. = 1), quanto para Itamaracá (χ2 = 204,366; P < 0,0001; g.l. = 1). Com relação ao fator antropização, não houve um claro padrão de similaridade entre as praias, tanto para Fernando de Noronha, quanto para Itamaracá. Na ilha oceânica, uma clara dominância foi observada para a família Sarcophagidae (SBIA = 0,861 SMIA = 0,888 SAIA = 0,972), sendo esse padrão de dominância claro para a família Calliphoridae em Itamaracá SBIA = 0,741 SMIA = 0,773 SAIA = 0,799. Tanto Fernando de Noronha quanto Itamaracá apresentaram uma baixa diversidade nos três graus de influência antrópica. |