Auto-triagem como instrumento para avaliação do risco nutricional em adultos hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MORAIS, Glaucia Queiroz
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coêlho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernanambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18055
Resumo: A desnutrição é um achado comum em pacientes hospitalizados e muitas vezes seu quadro é agravado pela falta de diagnóstico precoce. Cuidados nutricionais adequados começam com a identificação de pacientes em risco nutricional (RN) no momento do internamento, por intermédio de uma ferramenta de triagem. Entretanto, com o aumento de admissões hospitalares, torna-se impraticável ao profissional de saúde triar todos os pacientes em tempo hábil. O presente estudo, do tipo de avaliação, teve como objetivo avaliar a aplicabilidade de um instrumento de auto-triagem nutricional em pacientes adultos de ambos os sexos admitidos para internamento no período de julho a outubro de 2015 em um hospital público de Pernambuco. A auto-triagem nutricional foi realizada pelos pacientes elegíveis, como também pelo pesquisador, e ao final sua concordância foi avaliada pelo coeficiente Kappa. A avaliação da diferença entre a altura e o peso aferidos pelo avaliador e a altura referida e o peso aferido pelo paciente foi realizada por meio do teste de Wilcoxon, sendo construído o gráfico de Bland & Altman. Para avaliar a associação entre variáveis clínicas e sociodemográficas com o risco nutricional identificado pelo avaliador foi realizado teste do Qui-quadrado. O estudo envolveu 171 pacientes, sendo 59,1% do sexo feminino. A idade média dos pacientes foi de 51,7 ± 15,3 anos. Os resultados mostraram que um percentual elevado 47,9% (n=82) de pacientes não conseguiram realizar a auto-triagem, devolvendo o formulário ao pesquisador em branco ou incompleto, sendo o baixo grau de instrução e idade uma das principais razões. O peso médio registrado pelo paciente (68,4Kg ± 15,0) foi semelhante ao aferido pelo nutricionista (68,2Kg ± 15,1), resultado similar foi evidenciado na comparação entre a altura referida pelo paciente e a aferida pelo nutricionista, com diferencial de 0,03cm. Na comparação entre o RN avaliado pelo profissional de nutrição e o RN avaliado pelo paciente na auto-triagem, verifica-se que houve concordância no diagnóstico de RN em 91,9% dos casos e que 26,9% dos pacientes considerados sem risco pelo profissional foram incluídos como risco na auto-triagem. Na análise realizada pelo Kappa houve moderada concordância entre os dois diagnósticos (k=0,62; p=0,001). Na avaliação da concordância entre as duas aferições de peso e altura com o teste de Bland Altman, verificou-se uma boa concordância, com viés próximo a zero nas duas avaliações. De um modo geral, consideramos satisfatória, para a prática clínica, os resultados da auto-triagem. No entanto, como somente 52,1% da população foi capaz de responder o instrumento, conclui-se que ainda não é viável sua inclusão em um serviço que atenda pessoas de baixo grau de instrução, sugerindo então que novas pesquisas e adaptações para auto-triagem sejam realizadas.