Validação concomitante e preditiva de uma ferramenta de triagem de risco nutricional em crianças hospitalizadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: GOUVEIA, Mara Alves da Cruz
Orientador(a): SILVA, Giselia Alves Pontes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18039
Resumo: A desnutrição hospitalar adquirida – definida como desequilíbrio nutricional ocorrido durante a hospitalização – é pouco estudada e bastante frequente. O primeiro passo para o seu enfrentamento é saber identificar os pacientes com maior risco de apresentar esse agravo nutricional. Uma das maneiras de se identificar pacientes é a aplicação de instrumentos de triagem de risco que devem ser realizados em todos pacientes pediátricos admitidos em um hospital. Nas últimas duas décadas foram criadas seis ferramentas de triagem para o paciente pediátrico, no entanto, nenhum desses instrumentos foi considerado superior ao outro. Apesar disso, o STRONGKids vem sendo a ferramenta mais estudada em diversos países devido a sua praticidade e rapidez de aplicação. No Brasil, em 2013, foi realizada a tradução e adaptação cultural do STRONGKids da versão original para a língua portuguesa. Contudo, até o momento, não existem estudos de validação dessa ferramenta. Por isso, o objetivo do estudo foi realizar a validação concomitante e preditiva do STRONGKids em crianças internadas em enfermarias de clínica pediátrica de um hospital terciário do Estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo metodológico, onde crianças com idade entre um ano até dez anos foram recrutadas nas primeiras 48 horas da hospitalização para a aplicação do instrumento STRONGkids e avaliação antropométrica. Os participantes foram pesados diariamente até a alta hospitalar. A validação concomitante foi realizada através da comparação de dois critérios de risco nutricional: STRONGkids versus diagnóstico antropométrico de desnutrição na admissão. A validação preditiva foi a comparação do instrumento com a perda de peso ao final do internamento. Em relação a validação concomitante, a ferramenta mostrou uma baixa sensibilidade (29,5%), um baixo valor preditivo negativo (43,4%) e um alta especificidade (90%), comparada com a desnutrição na admissão. Em relação à validação preditiva, encontramos sensibilidade de 55,8% e valor preditivos positivo de 50,3% para desnutrição hospitalar adquirida. Concluímos que a análise do STRONGkids através da validação concomitante não é uma opção adequada para a avaliação do instrumento, pois consideramos que a ferramenta e a utilização do estado nutricional na admissão como proxy de risco nutricional têm pressupostos conceituais diferentes. Embora passível de críticas, o modelo no qual os autores se basearam para construir a ferramenta STRONGkids contempla mais aspectos relacionados à avaliação clínica do que a simples avaliação do estado nutricional. Contudo, a análise da validação preditiva tem um aspecto diferente e deve ser valorizada. Grande parte daqueles classificados como de risco nutricional pela ferramenta perdeu peso, mas ferramenta apresenta baixa sensibilidade e um alto percentual de falsos positivos. Assim, uma boa avaliação clínica é mais importante e efetiva que a aplicação de uma ferramenta de triagem de risco nutricional. Por isso, o STRONGkids deve ser considerado um instrumento preliminar e precisa ser correlacionado com outros dados para ser incorporado na prática médica.