Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
CRUZ, Heidi Lacerda Alves da |
Orientador(a): |
CROVELLA, Sergio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24276
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Resumo: |
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma das doenças autoimunes reumatológicas mais prevalentes na população e acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva. Diversos órgãos e sistemas são alvos da doença, e altos graus de morbidade e até mesmo o desfecho fatal de alguns destes pacientes são possíveis consequências. Descobertas recentes fornecem evidências acerca do papel crítico do complexo molecular citoplasmático, conhecido como inflamassoma, na predisposição a doenças autoimunes. Polimorfismos de base única (SNP) em genes envolvidos com o inflamassoma têm sido associados a diversas doenças inflamatórias, mas suas relações com o LES ainda permanecem desconhecidas. O presente trabalho buscou investigar o papel da presença de polimorfismos em genes responsáveis pela resposta inflamatória e a sua relação com a predisposição ao desenvolvimento e gravidade do LES. Foram analisados 12 SNPs de 8 genes do inflamassoma (NLRP1, NLRP3, NLRC4, AIM2, CARD8, CASP1, IL-18 e IL1B) em 132 pacientes lúpicos e em 154 controles saudáveis através de sonda fluorogênica Taqman. O perfil de expressão do RNAm destes genes foi avaliado através de cultura de monócitos entre os pacientes com LES e o grupo controle. Por fim, foi realizado um ensaio de ELISA para avaliar a concentração de IL-1β entre os grupos. Nossos resultados indicaram que o alelo G e o genótipo G/G do gene NLRP3 rs10754558 apresentou-se mais frequente entre o grupo controle em comparação com pacientes com LES (odds ratio [OR]: 0,669, p = 0.023 e OR: 0,369, p = 0,011, respectivamente). O referido SNP esteve relacionado com a nefrite lúpica, uma importante causa de morbidade e mortalidade nos pacientes com LES (alelo: OR=0,392, p=0,001; e genótipo: OR=0,217, p=0,04). O gene IL-18 esteve associados a alterações cutâneas (OR=4,65, p=9.49e-05), enquanto que o gene IL1B esteve associado à fotossensibilidade (OR=0,50, p=0,021). Em relação à expressão do mRNA, foi observado que os genes NLRP1, NLRC4, CASP1 e IL1B do inflamassoma apresentaram-se superexpressos nos pacientes com LES em comparação ao grupo controle. Em conclusão, nossos resultados indicam que a presença de variações genéticas no gene NLRP3 está associada a uma menor susceptibilidade ao LES, principalmente em relação ao desenvolvimento de nefrite nestes pacientes. Além disso, diferentes componentes do inflamassoma aparecem alterados na doença, resultando em uma maior ativação e produção de IL-1β, confirmando o papel crucial deste complexo molecular na patogênese do LES. Estes dados refletem a importância da identificação de outros fatores genéticos de risco que podem estar envolvidos na susceptibilidade a doenças inflamatórias a fim de se investigar mais profundamente a etiologia e as vias moleculares responsáveis pelas patologias autoimunes. |