Avaliação do glicocódigo presente no carcinoma ductal in situ de mama e sua relação na determinação do prognóstico e diagnóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MELLO, Gabriela Souto Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15217
Resumo: O câncer de mama apresentou na última década um aumento na ocorrência e consequente mortalidade, sendo o segundo tipo de câncer mais comum e o primeiro entre as mulheres. A sua forma in situ é caracterizada pelo crescimento confinado das células tumorais, e o que leva à invasão ainda permanece em discussão. Esta neoplasia está intimamente associada com a expressão modificada de diversas enzimas e resíduos de carboidrato de superfície associados a um mau prognóstico, que alteram a capacidade de crescimento, adesão e reconhecimento das células tumorais. Este trabalho teve como objetivo comparar a presença dos terminais sacarídicos N-acetilglicosaminas, ácido siálico e N-acetilgalactosaminas na superfície celular entre os tipos histológicos de lesões encontradas com carcinoma ductal in situ (CDIS), e correlacionar a expressão destes, e das enzimas GnT-III, ppGalNAc-T6 e -T8 com o histórico clínico e histopatológico dos pacientes na predição de um prognóstico/diagnóstico mais acurado e na investigação destas moléculas como potencias biomarcadores. Foram utilizadas biópsias diagnosticadas como CDIS e CDIS com componente invasivo (CDI). As biópsias em bloco de parafina e em microarranjos de tecidos (tissue microarrays - TMA) foram avaliadas utilizando histoquímica com lectinas (WGA, L-PHA, MAL-II, SNA, PNA conjugadas à peroxidase) e imunohistoquímica contra GnT-III, ppGalNAc-T6 e -T8. Entre as cinco lectinas analisadas nas 218 lesões de CDIS puras a MAL-II foi mais expressa em lesões cribriformes quando comparadas com as comedônicas (p=0,0191) e com as sólidas (p=0,0440), enquanto a PNA mostrou maior reatividade em lesões comedônicas (p=0,0052) e micropapilares (p=0,0010) comparadas às sólidas. As demais lectinas não demostraram diferenças estatisticamente relevantes em suas expressões. 109 pacientes, 47 com CDIS puro e 62 com CDIS mais CDI foram analisados em lâminas de TMA, os resultados mostraram que em lesões puras de CDIS o α2,3 ácido siálico (reconhecido pela MAL-II) se correlaciona inversamente com a expressão dos receptores de estrógeno (RE, p=0,015) e progesterona (PR, p=0,024) e é altamente expresso em tumores >5 cm (p= 0,01), em adição a expressão da GnT-III associou-se a presença de lesões comedônicas (p=0,007) e a ppGalNAc-T8 com pacientes na pré-menopausa (p=0,037). Nas lesões mistas, o α2,3 ácido siálico foi inversamente correlacionado com o HER-2 (p=0,038) e a expressão da GnT-III foi maior em tumores com alto grau nuclear (p=0,039). Os resultados mostram que, entre todos os marcadores avaliados, o α2,3 ácido siálico se destacou como um potencial fator prognóstico para as lesões mais agressivas no CDIS, indicando a lectina MAL-II como uma importante ferramenta diagnóstica bem como a glicosiltranferase ppGalNAc-T8.