Efeitos do uso da máscara de mergulho adaptada (Owner) e da máscara orofacial convencional em pacientes com e sem o diagnóstico de Covid-19 com indicação de VNI quanto à oxigenação e não intubação : ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MARINHO, Sônia Elvira dos Santos
Orientador(a): MARINHO, Patrícia Érika de Melo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46344
Resumo: A Covid-19 causa diversas manifestações sistêmicas, afetando especialmente o sistema respiratório, manifestando desde sintomas de resfriado leve até a síndrome do desconforto respiratório agudo grave (SDRA). No início da pandemia, havia recomendação para intubação precoce com o intuito de evitar deterioração respiratória e maior lesão pulmonar. Assim, a ventilação não invasiva (VNI) era vista como método inseguro para tais pacientes devido à falta de evidências científicas e às pesquisas anteriores envolvendo pneumonias virais. O objetivo desta pesquisa foi comparar os efeitos do uso da máscara de mergulho adaptada (Owner) com a máscara orofacial convencional em pacientes com e sem o diagnóstico de Covid-19 com indicação de VNI quanto à oxigenação e não intubação. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, resultante de um estudo maior, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CAAE: 30783720.7.0000.5343, parecer no. 4.305.813), respeitando todas as normas da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e registrado no Registro Brasileiro de Ensaio Clínico (ReBEC) (RBR – 7xmbgsz). Foram incluídos na pesquisa pacientes admitidos nas unidades de terapia intensiva (UTI) de dois hospitais, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 90 anos e com indicação de VNI por SDRA. Foram recrutados 48 pacientes. Foram considerados pacientes com diagnóstico de Covid-19 aqueles com teste de transcriptase reversa (RT-PCR) ou teste sorológico positivos. Os desfechos primários estudados foram relação PaO2/FiO2 (RPaO2/FiO2) como parâmetro para avaliar oxigenação e sucesso da VNI (não evolução para intubação/óbito). A normalidade e homogeneidade da amostra foram verificadas, respectivamente, através dos testes Kolmorogov-Smirnov e Levene. Foi utilizado o ANOVA de fator único para avaliação do comportamento da RPaO2/FiO2 (antes da VNI, após 1h, 24h e 48h). Realizados o teste de esferecidade de Mauchly e a correção de Greenhouse-Geisser. Para a análise post hoc, utilizado o teste de Sidak (p<0,05). A análise estatística foi realizada pelo SPSS versão 20.0. Os pacientes com Covid-19 foram alocados no grupo máscara de mergulho adaptada (G1, n= 12) e no grupo máscara orofacial convencional (G2, n=12) e os pacientes sem Covid-19 foram alocados em grupo máscara de mergulho adaptada (G3, n=12) e grupo máscara orofacial convencional (G4, n=12). Não houve perda amostral. As máscaras de mergulho adaptada e convencional diferiram entre si quanto ao comportamento da RPaO2/FiO2 em 1h (309,66±11,48 vs. 275,708±11,48, respectivamente) (p= 0,042) e em 48h (365,81±16,85 vs. 308,787±18,86, respectivamente) (p= 0,021), com a máscara de mergulho adaptada apresentando maiores valores na RPaO2/FiO2 nestes momentos. O sucesso da VNI (não intubação) foi elevado em todos os grupos, com 91,7% em G1, G3 e G4 e 83,3% no G2, demonstrando baixa taxa de falha em todos os grupos. Conclui-se que a VNI foi eficaz nos pacientes avaliados e houve melhor resultado da máscara de mergulho adaptada na melhora da RPaO2/FiO2 e quanto à não intubação nos pacientes com ou sem diagnóstico de Covid-19.