Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Souza, Marine Rosa de |
Orientador(a): |
Rovedder, Paula Maria Eidt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/279360
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Resumo: |
O Transplante de Medula Óssea (TMO) é um método de tratamento utilizado nas doenças hematológicas, oncohematológicas, imunológicas e hereditárias. Consiste na infusão, por via endovenosa, de células progenitoras do tecido hemotopoético com objetivo de reestabelecer a medula óssea doente. O paciente passa por regime de condicionamento com altas doses de quimioterapia e/ ou radioterapia. Na fase de aplasia, o paciente necessita da reposição dos componentes sanguíneos através da infusão de grandes volumes de hemoderivados. Além disso, a hidratação severa para minimizar a toxicidade dos quimioterápicos, a nutrição parenteral total e as terapias medicamentosas administradas por via intravenosa causam uma sobrecarga hídrica no paciente que, ainda, pode estar combinada a disfunção cardíaca e renal. Todos esses fatores contribuem para uma complicação respiratória comum ao receptor de medula óssea: o edema pulmonar. A ventilação mecânica não invasiva (VNI) por pressão positiva, em conjunto com terapias medicamentosas, é amplamente recomendada pela literatura como tratamento para o edema pulmonar cardiogênico e não cardiogênico pelo seu efeito fisiológico positivo no sistema cardiopulmonar. Entretanto, pouco se sabe sobre o uso dessa terapia no tratamento de pacientes que desenvolvem edema pulmonar após o transplante de medula óssea. Objetivo: Analisar o perfil dos pacientes que necessitaram de VNI após o transplante de medula óssea e sua associação com os desfechos clínicos, a taxa de internação em UTI, a necessidade de VNI e a mortalidade. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo com base em análise de prontuários nos últimos 5 anos. Resultados: Foram avaliados os prontuários de 53 pacientes entre os anos de 2018 e 2022. A maioria dos pacientes (52,8%) foram submetidos ao transplante autólogo. O modo de VNI mais utilizado foi o CPAP (67,9 %). A comparação entre as contagens de células sanguíneas no dia da infusão e o dia do início da VNI foi significativamente menor no início do uso da VNI (p< 0,001) nas três variáveis sanguíneas analisadas nesses pacientes. Dos 53 pacientes submetidos a VNI, 17 (32,1%) precisaram ser internados na UTI e destes, 14 (26,4%) necessitaram de VMI. A mortalidade hospitalar foi de 24,5%, sendo que, dos 14 pacientes que foram submetidos a VM, 13 foram a óbito na internação hospitalar. Conclusão: A fase do transplante foi diretamente relacionada às complicações pulmonares e a necessidade do uso de VNI. Não houve diferença significativa entre o tipo de transplante e a necessidade da terapia, entretanto o transplante alogênico apresentou maior relação com desfechos desfavoráveis nesses pacientes. O uso de VMI foi significativamente associado com a maior mortalidade. O uso de VNI pode estar relacionado a um melhor prognóstico nestes pacientes pós-TMO. |