Alergia prévia e risco de leucemia linfoide aguda na infância e adolêscencia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: NUNES, Joacilda da Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
IgE
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12972
Resumo: Leucemia linfoide aguda (LLA) é o câncer pediátrico mais comum e etiologicamente não apresenta um modelo definido, uma vez que apresenta uma história natural biologicamente diversificada. Fatores têm sido relacionados ao sistema imunológico como risco/proteção ao desenvolvimento de LLA, considerando-se como plausíveis o papel do sistema imune frente às infecções na infância, e a inter-relação dessas infecções com mecanismos envolvendo as Hipóteses da Higiene e da Adrenal. A proposta desse estudo foi investigar uma possível associação entre alergia prévia, bem como a ativação do eixo adrenal, pautado na Hipótese da Adrenal, com o desenvolvimento de leucemia linfoide aguda na infância e adolescência. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle não pareado de base hospitalar, cuja amostra foi constituída de 60 crianças e adolescentes com diagnóstico incidente de leucemia linfoide aguda não T, classificadas pela avaliação da medula óssea através do mielograma e imunofenotipagem e 120 controles selecionados com proporcionalidade com relação à idade e sexo a partir dos casos e oriunda dos estados de Pernambuco e Paraíba no nordeste brasileiro, entre 2008 e 2011. A coleta dos dados consistiu na aplicação de questionário estruturado para identificação de alergias como asma, rinite alérgica, antecedente de urticária e dermatite atópica, uso prévio de glicocorticoides, além de exame clínico e coleta de sangue para dosagem de IgE total, cortisol basal, ACTH, marcador de infecção prévia pelo EBV e parvovírus B19 através da dosagem de IgG. Outras variáveis como aleitamento materno, peso ao nascer, escolaridade materna, infecção materna na gestação e número de pessoas no domicílio também foram analisadas. Para a análise estatística foram utilizados Teste de associação de 2, Teste Exato de Fisher, Odds Ratio, Regressão Logística Binária e Regressão Logística Múltipla. Os resultados encontrados na análise univariada (p < 0,20) foram: Asma ( pvalor = 0,116), Rinite Alérgica (p-valor=0,032), Antecedente de Urticária (p-valor = 0,011), Dermatite Atópica (p-valor = 0,086), Nível Sérico Elevado de IgE Total (p-valor = 0,00), Nível Elevado de Cortisol Basal (p-valor = 0,004), Infecção Prévia pelo EBV (p-valor = 0,143), Infecção Prévia por Parvovírus B19 (p-valor = 0,068). Após o modelo ajustado através da análise de regressão logística múltipla persiste a significância de uma relação inversa entre Asma com p-valor = 0,044 e OR/IC 95% 0,14 (0,02 – 0,95), Nível Sérico Elevado de IgE Total com p-valor = 0,001 e OR/IC 95% 0,10 (0,02 – 0,41), além de Níveis Elevados de Cortisol apresentando p-valor 0,004 e OR/IC 95% 0,16 (0,04 – 0,56); Para infecção Prévia pelo Parvovírus B 19 o resultado expressa risco p-valor = 0,037 e OR/IC 95% 2,19 (1,05 – 4,57). Asma e Níveis Séricos Elevados de IgE Total e ainda Níveis Elevados de Cortisol Basal, parecem estar relacionados com modificações na resposta imune e como consequência promoveriam uma diminuição de clones leucêmicos, desempenhando um papel de proteção a crianças e adolescentes contra LLA. A infecção prévia pelo parvovírus B 19 está associada com aumento de risco de LLA.