A profissionalidade do tutor na docência no Sistema Universidade Aberta do Brasil: tensões entre concepções e exercício docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: GOMES, Ednaldo Farias
Orientador(a): Melo, Márcia Maria de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17204
Resumo: Este estudo teve como objetivo compreender a prática docente do tutor em EAD, a partir da constituição de sua profissionalidade e dos saberes necessários ao exercício da tutoria. Nossos objetivos específicos foram: inventariar o conceito de tutoria com base nos documentos reguladores EAD/UAB e na literatura de área; comparar o discurso e a prática do professor-tutor e o(s) conceito(s) formalizado(s) nos documentos oficiais referentes a EAD; identificar os descritores da profissionalidade do professor atuante na EAD e os saberes necessários ao exercício docente na EAD. Do ponto de vista metodológico, realizamos entrevista semiestruturada e sessões de grupo focal o que nos permitiu constituir espaço de coleta de informações e depoimentos suficientes, cujos conteúdos foram objeto de análise, conjuntamente com os documentos legais selecionados. As análises conjuntamente com as leituras depreendidas revelaram que há um modelo de tutoria concebido pelo Sistema UAB e replicado pelas IPES que serve de referência aos editais de seleção e igualmente identificável ao se traçar um perfil desses profissionais. A docência na EAD reconfigura-se em um trabalho em equipe que requer de seus partícipes diferentes níveis de elaboração e complexidade de suas práticas. No caso do professor tutor são necessárias à sua atuação o exercício de competências técnicas, pedagógicas, socioafetivas e gerenciais amplamente utilizadas em situações de ensino-aprendizagem no contato com os alunos no AVA. A determinação de que esse professor é o responsável pela mediação pedagógica, ao tempo em que atribui uma feição docente ao trabalho desenvolvido, encarcera-o em uma condição de desprestígio profissional ao negligenciar sua formação acadêmica e experiência profissional como suficientes ao desempenho de outras atividades da docência, que nesse caso, ficam a critério de outros membros da equipe de trabalho, deixando a responsabilidade do ensino como uma atividade de segunda grandeza. Os documentos que regem a EAD deixam evidente que o professor tutor é o profissional para atuar exclusivamente com o ensino, responsável em operacionalizar as aulas, executar as atividades, mas incapaz de pensar pedagogicamente sobre o curso que atua. Nesse aspecto, o professor tutor atua em uma situação de semi-institucionalização extrema em relação aos demais perfis de atuação UAB porque ainda que desenvolva a mesma carga horária dos demais partícipes e tenham formação acadêmica bem próximas, o mesmo recebe o menor dos valores de bolsa disponíveis a EAD. Todavia, no contato com os alunos esse professor em pleno exercício de mediação pedagógica mobiliza sistematicamente os conhecimentos específicos de sua formação, de modo a contribuir afirmativamente para a apropriação de conhecimentos, sendo esse o nicho que nos permite afirmar que o professor tutor é um profissional em construção por preencher somente parcialmente os critérios distintivos para considera-lo como um profissional, faltando-lhe o reconhecimento de sua competência investigativa, o recebimento de proventos e instrumentos reguladores elaborados e geridos por ele mesmo.