Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
TARRAGÓ, Eduardo |
Orientador(a): |
ATHIAS, Renato Monteiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40261
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como tema os conflitos fundiários que envolvem populações ameríndias no contexto do estado de Roraima, norte da Amazônia brasileira. O problema de pesquisa consistiu em descrever as relações entre os conflitos fundiários historicamente estabelecidos em Roraima e os problemas atuais que ensejam pedidos de revisão de limites por parte das comunidades Macuxi e Wapichana localizadas em vinte e três terras indígenas em demarcação descontínua, na região da Bacia do Rio Branco. A pesquisa esteve fundamentada na abordagem da Antropologia da territorialidade, por oferecer suporte teórico-metodológico adequado para avaliar fenômenos atuais que envolvem processos demarcatórios ou de revisão de limites de terras de uso e ocupação tradicional. Os dados foram obtidos por pesquisa em documentos do Ministério Público Federal (MPF) e da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), e pela realização de entrevistas com algumas lideranças indígenas. Como resultados, foi possível identificar que as demandas fundiárias das comunidades de terras indígenas Macuxi e Wapichana demarcadas de forma descontínua guardam um sentido de territorialidade que conflita historicamente com interesses políticos e econômicos de grupos não indígenas desde o contato colonial até os dias atuais. Tais conflitos se traduzem em problemas socioambientais estruturalmente estabelecidos, dentre os quais se destacam: restrições de acesso a recursos naturais, conflitos com fazendeiros, pressão demográfica sobre áreas agricultáveis de roças ou sobre a caça, redução das relações intercomunitárias e maior dependência de instituições de defesa de direitos indígenas para fazer frente a problemas decorrentes de questões territoriais. A revisão de limites de terras indígenas em Roraima continua sendo uma reivindicação de grande parte destas populações, especialmente porque, segundo as lideranças indígenas, o processo demarcatório conduzido a partir da década de 1980 excluiu áreas de uso e ocupação tradicional que passaram então a fazer parte de propriedades rurais do entorno, com a anuência do Estado. Em nível nacional, não há perspectivas de revisão de limites que leve a ampliações de terras indígenas demarcadas em ilha e, portanto, os problemas socioambientais relacionados a demandas fundiárias das comunidade indígenas dos Macuxi e Wapichana tendem a aumentar nos próximas décadas, assim como a pressão organizada destas populações sobre as instituições públicas do Estado brasileiro. |