Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
MENDONÇA, Sibele Alves de |
Orientador(a): |
HAZIN, Fábio Hissa Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31684
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Resumo: |
O trabalho teve por objetivo investigar aspectos ecológicos da população de raia manta chilena Mobula tarapacana, no entorno do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) no Oceano Atlântico Equatorial, através de métodos não letais. O trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro avaliou a sazonalidade de ocorrência e a abundância relativa de M. tarapacana no entorno do ASPSP, através de observações subaquáticas e de superfície e por meio da utilização de monitoramento acústico e de marcação e recaptura, incluindo os fatores abióticos e bióticos que influenciam o seu comportamento, entre dezembro de 2008 e dezembro de 2012, foram avistadas 507 raias durante um período de 355h18min de observação de superfície. Nesse período, foram marcadas 28 M. tarapacana com transmissores acústicos, (6 machos, 21 fêmeas e um não identificado). O monitoramento desses espécimes foi realizado por meio da instalação de três receptores acústicos no entorno do ASPSP. O período de permanência das raias no ASPSP variou de 1 a 70 dias. Apenas uma das raias retornou após períodos subsequentes de 10 e de 6 meses. O segundo analisou os indivíduos utilizando o padrão ventral de coloração, a distribuição de tamanho e sexo das raias avistadas, além de descrever possíveis comportamentos de cópula e alimentação, entre dezembro de 2008 a maio de 2016. Ao todo foi possível identificar o sexo de 361 espécimes (215 fêmeas e 146 machos). A largura de disco (LD) variou de 2,0m a 3,20m, para machos e fêmeas, evidenciando que a população que frequenta o ASPSP é composta por indivíduos adultos e sub-adultos. Utilizando fotoidentificação do padrão de coloração na região ventral, foram identificados e comparados entre si, 11 machos e 44 fêmeas. Marcas de cópula recente foram observadas em machos e fêmeas, assim como comportamentos de corte e perseguição, demonstrando que o ASPSP é uma importante área de agregação e acasalamento de M. tarapacana. O terceiro verificou preferências de profundidade e temperatura, além da movimentação horizontal de espécimes através de marcas via satélite (PSATs). Nove M. tarapacana (7 fêmeas e 2 machos), com LD variando de 2,0 m a 2,8 m, foram marcadas com transmissores PSAT, entre março de 2010 e maio de 2015. O Período de monitoramento variou de 9 a 132 dias. Foram observados mergulhos constantes tanto durante o dia quanto à noite, em profundidades que variaram desde a superfície até o máximo de 1.776 m. Durante o dia, as raias apresentaram maiores quantidades de mergulhos, enquanto que no período noturno elas apresentaram menos mergulhos, permanecendo a maior parte do tempo acima dos 80m. O conhecimento dos padrões espaciais de deslocamento e uso do habitat pela M. tarapacana é fundamental para o manejo e conservação da espécie, contribuindo, para o desenvolvimento de estratégias capazes de melhor conhecer a condição de suas populações e de reduzir a sua interação com a pesca. A presente pesquisa foi pioneira no que diz respeito à coleta, análise de dados biológicos e comportamentais de M. tarapacana no Brasil e no Oceano Atlântico Equatorial. |